Conhecido como referência no desenvolvimento de culturas agrícolas por meio do Sistema Agroflorestal (SAF), o município de Tomé-Açu, no nordeste paraense, ganhou um novo projeto de apoio à produção rural. Trata-se da Escola-Indústria do Chocolate implantada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP) com a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Pará).
A Escola-Indústria do Chocolate foi instalada na antiga escola de Ensino Fundamental de Ipitinga, um prédio histórico da cidade fundado pelos primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao estado há mais de um século. A nova sede do Sindicato dos Produtores Rurais do município também foi implantada no espaço, que agora é denominado Complexo Renkichi Hiraga, em homenagem ao engenheiro agrônomo que é considerado o precursor do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA).
O local conta com salas de aulas, área de lavagem e espaços para processamento e estoque de cacau. A ideia é que a instituição ofereça cursos voltados à cacauicultura, contemplando desde o plantio até a verticalização das amêndoas, e produção de chocolate e derivados.
Além disso, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) já firmou compromisso para instalar um polo de atendimento no local. O objetivo da unidade será incentivar o desenvolvimento de atividades e novos negócios nos ramos de turismo e gastronomia.
Para Elton Daisen, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tomé-Açu, a entrega do complexo é emblemática para os agricultores da região, pois valoriza a cultura e impulsiona a economia rural.
“Foi motivo de orgulho acompanhar todo o processo de revitalização da antiga Escola Ipitinga, onde um dos nossos diretores também foi aluno, assim como disponibilizar, ao público interessado, serviços e benefícios como programas, cursos técnicos, formação profissional e cursos de chocolate por meio da Escola-Indústria. Esta é uma grande conquista para todos nós”, afirmou.
Para o titular da Sedap, Giovanni Queiroz, o empreendimento trará benefícios para o município e toda a região, pois ajudará na verticalização do cacau gerando novos produtos, principalmente no segmento de chocolate artesanal. O secretário destaca ainda que a Escola permitirá o melhor aproveitamento da amêndoa de cacau do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu e que é reconhecida com o selo de indicação geográfica.
Esta é a quinta unidade da Escola-Indústria do Chocolate implantada no Pará, sendo uma em Altamira, uma em Igarapé Miri, uma em Medicilândia e uma em Castanhal. A instalação é viabilizada por recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura (Funcacau), enquanto que a Sedap e a Faepa/Senar são responsáveis pelas ações de transferência de tecnologia e assistência técnica.
Além da unidade fixa, o projeto conta com uma unidade móvel que visa levar as tecnologias e processos desenvolvidos para outros municípios produtores de cacau no estado.