Quem tem plantação de frutas, sabe: a drosófila-da-asa-manchada (DAM) pode levar à perda do pomar inteiro. Identificada no Brasil em 2013, a praga afeta principalmente plantações de ameixa, amora, caqui, citros (laranja, limão e tangerina), figo, morango, nectarina, pera, pêssego e uva. Pensando nisso, a Embrapa mapeou municípios em todo o País com condições mais favoráveis ao desenvolvimento dela. Aqui no Pará, os meses mais críticos são de junho a agosto.
A área mais propícia está na região Sudeste, onde a presença de pomares e as condições de temperatura e umidade favorecem o desenvolvimento do inseto durante todo o ano. Na região Sul, a favorabilidade predomina de outubro a abril, enquanto no Nordeste a aptidão prevalece de maio a outubro, com pico em julho. Na região Centro-Oeste, as quatro unidades da federação têm condições favoráveis entre dezembro e junho.
Originária do sudeste da Ásia, o inseto, também chamado de mosca-da-cereja ou mosca-do-vinagre, é considerado uma das mais importantes pragas de pequenas frutas em diferentes países na América do Norte, América do Sul, Ásia e Europa.
Controle biológico
Para tentar reduzir prejuízos, os produtores geralmente lançam mão do controle químico. Por isso, uma das prioridades da pesquisa agropecuária é buscar alternativas e formas de uso mais adequado desses produtos, além de disseminar conhecimentos que favoreçam o uso bem-sucedido do controle biológico.
A equipe de pesquisa da Embrapa tem buscado informações sobre diversos inimigos naturais – fungos, bactérias, vírus, nematoides, predadores e vespas parasitoides – que possam atuar como agentes de controle biológico da drosófila-da-asa-manchada. O parasitoide larval Ganaspis sp. e o parasitoide pupal Trichopria anastrephae se destacaram como alternativas para o manejo da praga no Brasil.
Por outro lado, a aplicação constante de produtos químicos eleva o custo de produção, prejudica a ação dos inimigos naturais no campo, leva ao desenvolvimento de populações resistentes da praga e pode causar efeitos indesejáveis em populações de polinizadores (abelhas).
Os pesquisadores concluíram que os inimigos naturais são mais capazes de interferir na mortalidade natural de populações de pragas presentes em áreas naturais, nas quais hospedeiros silvestres estão presentes e o controle não é empregado.
Fonte: Embrapa