Na COP29, em Baku, pela primeira vez na história das conferências do clima da ONU o turismo foi tema de um dia inteiro de debates na programação oficial. Já não era sem tempo. Afinal, essa indústria responde por 3% do PIB global, mas também por 8,8% das emissões de gases do efeito estufa.
O principal resultado das discussões foi a assinatura de uma declaração multilateral para tornar a atividade mais sustentável. Segundo o Valor, os mais de 50 países que assinaram a Ação Aprimorada sobre Turismo reconhecem a necessidade de incluir o setor em seus planos climáticos – em especial nas suas NDCs, que deverão ser atualizadas até fevereiro de 2025.
O setor de turismo responde por boa parte das receitas em moeda forte dos governos, especialmente de países emergentes. Porém, além de responder por uma parcela significativa das emissões globais, também é diretamente afetado por eventos climáticos extremos. “Agora entendemos que o futuro dos nossos negócios depende da sustentabilidade das nossas ações de hoje”, disse o chefe da agência de turismo do Azerbaijão, Kanan Gasimov.
Outras iniciativas foram lançadas na conferência para ampliar o engajamento do setor no combate às mudanças climáticas. Uma delas é um sistema apresentado pela World Sustainable Hospitality Alliance – que reúne 55 mil hotéis, com mais de 7 milhões de quartos – para medir e relatar dados como gases estufa, consumo de água, resíduos e uso de energia em todo o setor.
“Os dados coletados podem ajudar o setor e os viajantes a entenderem seus impactos no clima. Temos interesse adquirido na proteção de cada destino”, explicou o presidente da entidade, Glenn Mandziuk.