O público participante da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém, em novembro, contará com refeições saudáveis, com preço justo e ambientalmente corretas. É o que garante a Secretaria Extraordinária para COP30 da Casa Civil, que trabalha para que os principais ingredientes usados na preparação dos pratos sejam oriundos da agricultura familiar da região.
A organização diz que os insumos locais serão base tanto para o cardápio da culinária paraense, promovendo a conexão dos turistas com a cultura alimentar amazônica, quanto para o cardápio internacional. Além disso, os visitantes devem contar com restaurantes e quiosques com alimentos veganos, vegetarianos, sem glúten, sem lactose, alimentos halal, que são adequados à dieta islâmica; e kosher para o público judaico.
“Os alimentos na COP por vezes são vistos como algo apenas para matar uma fome, para continuar dando energia. Mas, na verdade, está muito vinculado com o clima, com o trabalho na terra, com tudo que isso significa para formação social também”, explica o gerente de projeto da Secop, Vitor Arroyo.
A decisão segue a proposta já adotada em outras conferências. Na COP28, em Dubai, a coalizão food@COP entregou à presidência um documento em que defende que as cúpulas do clima sirvam de exemplo para mostrar a visão de um futuro sustentável. A iniciativa diz que a oferta de alimentos acessíveis, nutritivos, à base de plantas e culturalmente inclusivos refletem a urgência de ações para enfrentar a crise do clima.
Práticas sustentáveis
A agricultura familiar é uma importante aliada no combate às mudanças climáticas por promover práticas sustentáveis que reduzem as emissões de gases de efeito estufa e tornam os ecossistemas mais resilientes. O manejo sustentável dos recursos naturais, o uso eficiente da água e a conservação do solo, por exemplo, ajudam a evitar o uso de pesticidas e agrotóxicos que contribuem para o aumento das emissões de gases na atmosfera.
Aliado a isso, o setor traz benefícios sociais e econômicos para o País. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 3,9 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar no Brasil gerando emprego para mais de 10 milhões de pessoas, o que representa 67% dos postos de trabalho no campo.
No Pará, são aproximadamente 300 mil produtores responsáveis por fazer chegar mandioca, açaí, abacaxi, coco, pimenta-do-reino e castanha-do-pará e outros produtos às mesas todos os dias.