O governo brasileiro nomeou seu primeiro enviado especial contra o negacionismo climático. O nome escolhido é de Frederico Assis, assessor especial da Presidência da República, que deve trabalhar diretamente com o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, em ações para combater a desinformação ligada às mudanças do clima.
Frederico Assis deve ficar responsável por promover a articulação de ONGs, big techs e governos em alternativas de financiamento para organizações de enfrentamento da desinformação no mundo. O foco é implementar medidas e fortalecer a agenda ambiental no contexto da COP30, que ocorre em novembro deste ano em Belém.
Além disso, ele terá a missão de fortalecer a iniciativa global pela integridade da informação sobre clima, lançada pelo Brasil em parceria com a Unesco no ano passado durante a reunião do G20. A ideia é direcionar recursos para pesquisas sobre desinformação, campanhas de esclarecimento e ações diplomáticas relacionadas ao tema.
A decisão brasileira vem em um momento em que o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promove uma ofensiva contra medidas que apoiavam a transição energética e o combate às mudanças climáticas. Recentemente, o governo cortou o orçamento da Usaid, uma agência que destina recursos para o desenvolvimento internacional, além de ter retirado o país do Acordo de Paris e paralisado programas de energias renováveis.
Trump também mandou apagar menções à crise climática em sites dos órgãos governamentais americanos, como o Departamento de Estado, o Departamento de Agricultura e a Casa Branca. Também foram retiradas referências a estudos que tratavam do aquecimento global e suas consequências.
Segundo a Iniciativa de Dados e Governança Ambiental, no primeiro mandato de Trump, caiu em 40% a ocorrência do termo “mudanças climáticas” nos sites das agências governamentais ligadas à área ambiental.
Com informações da Folha de S.Paulo