O cenário instável da economia e da política internacionais impõe desafios significativos ao Brasil em sua futura liderança da 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém, em dezembro. O alerta foi dado pelo ex-embaixador Rubens Barbosa durante um evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam).
Barbosa, que possui vasta experiência em negociações internacionais e já representou o Brasil em importantes missões diplomáticas, enfatizou como o atual contexto global pode desviar o foco e os recursos necessários para as discussões e ações climáticas.
Barbosa não detalhou quais turbulências teriam maior impacto, mas o contexto global atual é marcado por disputas comerciais e uma recuperação econômica pós-pandemia ainda incerta em muitas partes do mundo. “As prioridades hoje são os gastos com a defesa e não com o meio ambiente”, disse ele
Para ele, a capacidade do Brasil de articular a importância da agenda climática em meio a outras urgências globais será fundamental para o alcance de resultados significativos na conferência.
“No caso do Brasil temos de aproveitar a oportunidade do evento para mostrar o que está sendo feito no País”, pontuou.
Na visão do ex-embaixador, o Brasil ocupa uma posição de liderança global em setores estratégicos como segurança alimentar, meio ambiente, enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética.
“Temos de chegar na COP30 com uma posição unificada do Brasil na área agrícola, na energética, em todas as áreas que terão um impacto no meio ambiente”, diz Barbosa.
A COP30 coloca o Brasil no centro das discussões sobre o futuro do planeta e a necessidade urgente de ações para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. A liderança brasileira será crucial para buscar consensos entre as nações e impulsionar compromissos mais ambiciosos de redução de emissões de gases de efeito estufa e financiamento para países em desenvolvimento.