Por Fabrício Queiroz
Daqui a um ano, em 10 de novembro de 2025, o Pará recebe a 30ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Anunciada como candidata a sede desde a COP27, no Egito, Belém vive os últimos anos de expectativa, grandes anúncios e muitos preparativos para acolher os cerca de 50 mil visitantes que virão para discutir as ações necessáriasa fim de evitar mais eventos extremos e o agravamento da crise do clima.
A pauta da conferência que está sendo chamada de COP da Amazônia deve ser marcada pela atualização das Contribuições Nacionalmente Determinada (NDCs), que são as metas assumidas pelos países para redução das emissões de gases do efeito estufa, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris, cujo objetivo é conter o aquecimento do planeta em menos de 1,5ºC. e completará 10 anos exatamente na COP30. Mas até lá, o foco está na COP29, que começa nesta segunda-feira em Baku, no Azerbaijão, e direcionado para a adequação e organização da capital paraense para que os acordos da agenda climática ocorram em 2025.
Para isso, Belém se tornou um canteiro de obras.com investimentos dos governos federal, estadual e municipal que somam mais de R$ 3 bilhões. A aplicação envolve projetos de mobilidade urbana, saneamento básico e macrodrenagem, revitalização de pontos turísticos e, claro, na adequação e criação dos espaços onde a programação da COP30 será realizada.
A chamada “Cidade da COP”, que abrange a zona azul, onde se reúnem os chefes de Estado, diplomatas e outros negociadores dos países, e a zona verde, onde é realizada a programação social e de eventos paralelos, será instalada em um complexo no bairro do Marco, abrangendo o espaço do Hangar Centro de Convenções e o Parque da Cidades, cujas obras já estão 70% concluídas, de acordo com o Governo do Pará. Na mesma região ficará a VIla COP que está sendo preparada para acomodar 800 pessoas das delegações estrangeiras.
“A primeira etapa foi conseguir recursos, captar os recursos, aprovar os projetos e dar início às obras. Todas as nossas obras já estão iniciadas e com recursos garantidos. Agora vem a segunda grande etapa, que é a preparação do evento em si. Tudo que envolve o transporte, a logística, o receptivo”, disse a vice-governadora do Pará e coordenadora do comitê estadual da COP30, Hana Ghassan, em coletiva na semana passada.
Segundo o comitê organizador, a realização da COP em Belém já tem impactos positivos na realidade local. Estima-se que as 30 obras em execução resultaram na criação de 5 mil empregos diretos e indiretos, por exemplo. As ações para capacitar a mão-de-obra local também alcançaram mais de 22 mil inscritos, dos quais 4,5 mil já estão certificados e habilitados a prestar serviços durante o evento.
Além disso, a expectativa é que os novos projetos criem um cenário favorável para o aquecimento do setor turístico, com a inauguração de novos hotéis, a criação de novas atrações, como o próprio Parque da Cidade e Nova Doca, e a possibilidade de receber navios de cruzeiros no porto de Belém. De acordo com o governo, todas as obras previstas para a COP30 estão dentro do cronograma e serão entregues antes do evento.
“A gente espera que seja uma grande experiência para nós a realização dessa COP porque a partir daí, todos olhos estão voltados para Belém. Então, o governo do estado trabalha junto com o governo federal para que a gente possa preparar uma grande COP aqui na nossa capital”, ressaltou Hana Ghassan.