A menos de um ano e meio para receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP30), Belém virou um canteiro de obras com projetos de novos espaços públicos, revitalização de edifícios históricos, melhoria de infraestrutura e outras. Os investimentos direcionados para a cidade ultrapassam R$ 3,1 bilhões, incluindo aportes dos governos federal, estadual e municipal, e doação internacional, de acordo com levantamento do jornal O Liberal.
Os anúncios mais recentes foram de R$ 136,6 milhões para implementação de um Bus Rapid Service (BRS) na avenida Júlio César, que dá acesso ao aeroporto de Belém. O projeto é da prefeitura e será executado por um consórcio que promete entregar a obra de 5 Km até o segundo semestre de 2025. Segundo o prefeito Edmilson Rodrigues, o sistema BRS será menos invasivo e vai preservar as áreas verdes da cidade, já que não precisa de vias exclusivas concretadas.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) anunciaram o investimento de cerca de R$ 4,2 milhões para implantação do Museu das Amazônias, que será instalado em um dos galpões do Porto Futuro II. A ideia é que o espaço seja um novo espaço para difusão cientifica e cultural da produção da Pan-Amazônia.
Os novos investimentos se somam a outros já realizados e que já estão com obras em execução na cidade, a exemplo dos projetos financiados com recursos da Itaipu Binacional que liberou mais de R$ 1,3 bilhão para os projetos de preparação para a COP30.
“Só de Itaipu, para o governo estadual, virão R$ 1,1 bi; para o governo municipal, cerca de R$ 360 milhões. Só aí, nós já temos algo próximo de R$ 1,5 bi. Se adicionarmos obras que são feitas com recursos próprios [da Prefeitura], temos cerca de R$ 300 milhões em operações de crédito, com a Caixa Econômica e com o Banco do Brasil, para pavimentação na [avenida] Senador Lemos e na [travessa] Padre Eutíquio; reformas da Praça Batista Campos, do Complexo Ver-o-Rio e do Portal da Amazônia”, elencou Claúdio Puty, coordenador do comitê municipal para a COP30, em entrevista a O Liberal.
Também estão no pacote de obras o Parque da Cidade, com aporte de 680 milhões; a macrodrenagem da bacia do Mata Fome, que custará R$ 500 milhões, a macrodrenagem da bacia da Estrada Nova, orçada em R$ 246 milhões, a construção do Parque Urbano São Joaquim, de R$ 150 milhões; a reforma do Parque Ambiental Gunnar Vingren, calculada em R$ 32 milhões, a bnova avenida Rômulo Maiorana, orçada em R$ 27 milhões; a instalação do Distrito de Inovação e Bioeconomia de Belém, por R$ 7 milhões, a revitalização de vias do centro comercial por R$ 5 milhões, além de R$ 20 milhões para incentivo a startups de bioeconomia. O total de investimentos chega a R$ 3.124.400.000.
“O primeiro legado imediato é o aquecimento da construção civil em Belém. Só nas nossas obras [do governo municipal], diretamente, nós contabilizamos quase 3 mil postos de trabalho; fora a cadeia indireta”., pontua Cláudio Puty.