Povos Indígenas da Amazônia, de ilhas do Pacífico e da Austrália lançaram em Brasília nesta segunda-feira, 7, uma declaração conjunta em que exigem que seus líderes tenham “voz e poder iguais” aos chefes de Estado na COP30, que será realizada em novembro em Belém.
“As maiores autoridades climáticas somos nós, os Guardiões da Terra, as lideranças indígenas. Hoje é um dia histórico, em que os Povos da maior floresta do mundo se unem com os Povos do maior oceano do mundo para enfrentar o maior desafio planetário: as mudanças climáticas. A COP30 é um espaço crucial para fazermos essa virada de chave na discussão climática global, mas nossa aliança com os Povos Originários das Ilhas do Pacífico e da Austrália vai além disso. Queremos continuar fortalecendo a solidariedade com os parentes indígenas e aliados do mundo inteiro, pois o que nos une é mais forte que qualquer fronteira. Avançaremos juntos, pelo futuro do planeta. A resposta somos nós, todos nós”, destacou Toya Manchineri, coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
A carta foi publicada no primeiro dia do Acampamento Terra Livre (ATL), considerado a maior assembleia nacional do movimento indígena, A mobilização acontece até sexta-feira, 11.
“Sempre estivemos aqui. Enquanto os governos seguem a lógica egoísta de ‘cada um por si’, nós, em uma união de povos, tecemos uma rede de resistência e esperança entre as terras da Amazônia e os mares do Pacífico. Nossos saberes ancestrais e nossos corações batem juntos, protegendo a terra, o ar e as águas, garantindo que o canto das florestas e oceanos nunca se apague”, diz o documento.
Na carta, os indígenas também exigem a redução urgente das emissões de gases de efeito estufa, com a transição energética e a eliminação dos combustíveis fósseis; o financiamento direto aos Povos Indígenas; e a garantia de proteção integral das florestas, oceanos e solos, assim como o reconhecimento dos Povos Originários como preservadores de seus territórios.