O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quinta-feira, 13, a COP30 será integralmente em Belém (PA). Em um evento na capital paraense, onde está para visitar às obras e anunciar investimento para a realização da Conferência do Clima, entre outros compromissos, Lula também disse que não vai maquiar a cidade.
“Eu não vou enfeitar. Eu não vou tirar pobre da rua. Eu não vou fazer o que não é possível fazer. Eu quero que eles vejam a nossa Belém como ela é. Se não tiver hotel cinco estrelas, durma no de quatro, se não tiver de quatro, durma no de três, se não tiver de três, durma olhando pro céu”, afirmou o presidente em seu discurso, destacando os participantes do evento “têm que saber como a gente vive”.
Em sua fala, o presidente se refere aos rumores de que a conferência do clima pode ter parte de sua programação realizada em outras capitais, já que Belém deixa a desejar em termos de estrutura, principalmente em relação à hospedagem.
“A COP, que cuida da questão do clima, que tem a obrigação de diminuir o uso de combustível fóssil […], por que eu vou fazer em São Paulo? Ora, se o mundo inteiro fala da Amazônia.”, disse. “Puxa vida, o lugar que tem mais floresta de pé é na América do Sul. E, dentro da América do Sul, esses 360 milhões de hectares de floresta em pé que o Brasil ainda tem”, disse.
E reafirmou: “Com todos os defeitos, com todas as deficiências… Vamos fazer uma COP30 que nunca vão esquecer”,
Lula também lembrou da importância do financiamento climático, E disse que, mesmo se não houver recursos de fora, o Brasil tem o compromisso de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030.
“Se eles (os europeus) já desmataram a (floresta) deles, a gente tem a obrigação de manter em pé, porque o mundo tá precisando. Mas eles precisam saber que embaixo de cada copa de árvore tem um trabalhador. Um índio, um quilombola, um seringueiro, um extrativista, um pescador.”
Durante visita a Belém, que se encerra hoje, Lula entregou habitações do programa Minha Casa Minha Vida, em um residencial em Outeiro, inaugurou um bloco de um campus do IFPA (Instituto Federal do Pará) e anunciou ampliação de linhas de crédito do Banco da Amazônia para micro e pequenos empreendedores.
Entre as medidas que serão anunciadas ainda estão um desembolso de R$ 250 milhões do BNDES ao governo do Pará, para obras de macrodrenagem; a liberação de R$ 45 milhões do Fundo Amazônia ao Corpo de Bombeiros do estado, para combate a queimadas no período seco; e estruturação de projetos de concessões de parques amazônicos.