A grande procura de visitantes por acomodações para a COP30, que ocorre em novembro em Belém, aliada ao número ainda insuficiente de leitos em hotéis fez o valor das hospedagens disparar. Para garantir o direito dos turistas brasileiros e estrangeiros que virão para o evento, a Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) intensificou as ações de fiscalização educativa e preventiva para que os hotéis e serviços de locação temporária pratiquem preços justos.
O trabalho envolve a visita a hotéis e pousadas de Belém para o monitoramento dos preços cobrados e a orientação de proprietários e prestadores de serviços em relação aos direitos e deveres previstos na legislação.
“Caso sejam detectadas práticas abusivas, serão tomadas as providências necessárias para coibir a referida conduta”, disse Gareza Moraes, diretora do Procon.
Os preços de hospedagem para a COP30, que podem chegar a até R$ 2 milhões, também serão monitorados pelo Governo Federal. Em coletiva no mês passado, Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil, informou que medidas semelhantes às adotadas nas Olimpíadas e na Copa do Mundo também serão empregadas em Belém. Além disso, está em fase de contratação uma plataforma onde serão centralizadas informações sobre a quantidade de acomodações, as reservas e os preços cobrados.
Oportunidade
Com uma expectativa de atrair cerca de 50 mil visitantes, a conferência do clima tem estimulado o empreendedorismo no setor turístico. Joana Vieira tem um restaurante na Ilha do Combu e viu a COP 30 como uma oportunidade de expandir o seu negócio.
“A ideia é ampliar o nosso empreendimento com o serviço de hospedagem, o que vai gerar mais empregos, renda e divulgar a nossa cultura. Em relação ao valor, a minha pretensão não é estabelecer um valor abusivo, até porque as acomodações não serão exclusivas para a COP, continuarão após o evento. Explorar turistas é uma campanha negativa para o próprio negócio”, destaca a empresária.
Já Robson Martins, CEO do Grupo Vitória, que possui hotéis-fazenda e pousadas em Bragança e Tracuateua, também aproveita o momento para ampliar os investimentos na área. Um dos projetos é a construção de um novo hotel em Castanhal, na região metropolitana de Belém. Além disso, o grupo arrendou um prédio histórico, de 1908, na orla do distrito de Icoaraci, em Belém, para a construção de uma pousada com 80 leitos, restaurantes e áreas comuns.
“O espaço tem tudo a ver com a gente que gosta de história e na proposta que são as nossas acomodações. Queremos entregar o empreendimento para a COP, inclusive, duas comitivas europeias já entraram em contato para fechar com exclusividade a pousada. Sobre a precificação, estamos fazendo estudos das realidades das COPs anteriores, em outros países, sobre a qualidade das acomodações, a média de preços ofertados, para que tudo seja feito de forma justa para todos”, afirma.