O novo Mercado São Brás, em Belém, foi reaberto na quarta-feira, 18. Primeira obra de infraestrutura para a COP30, o projeto, assinado pelo arquiteto Aurélio Meira, recebeu investimentos de R$ 150 milhões e inclui centro de convenções, restaurante panorâmico e terraço. Além de um entreposto comercial, a proposta é que esse patrimônio histórico se torne lugar de negócios, cultura e lazer
Ainda sem locatários e permissionários, que devem começar a ocupar os estabelecimentos daqui a 45 dias, o Mercado de São Brás oferece mais de 300 feiras e lojas de vários segmentos, de ervas e carnes a artesanato e vestuário.
“A obra estrutural foi entregue agora a customização disso e a adaptação de cada um dos espaços vai correr por conta de cada um dos permissionários e dos locatários, que são os responsáveis em decorar os seus espaços. A maioria dos comerciantes que virão para o espaço de locação pediu entre 30 a 45 dias para que eles possam concluir as suas obras específicas de adaptação”, explicou ao Liberal Paulo Uchôa. presidente do Instituto Amazônia Azul, que administra o local.
Construído durante o primeiro período áureo da extração da borracha (1879-1912), o mercado recebeu o investimento para abrigar iniciativas de economia criativa, valorização de saberes tradicionais e fortalecimento da identidade amazônica em contexto global.
Do valor total, a Itaipu Binacional tem aporte financeiro de quase R$ 90 milhões, enquanto a Prefeitura de Belém entrou com uma contrapartida de R$ 60 milhões de reais.
Diferente de simples reforma, a requalificação urbana promove sustentabilidade, acessibilidade, integração social, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
“Esses espaços são modernos e, ao mesmo tempo, reforçam a tradição, a memória, que são marcas da história do nosso povo”, reforçou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. “Fizemos questão de manter a tradição. Quem quiser comprar sua andiroba, seu chá, vai poder, pois mantivemos os permissionários. Mas também teremos aqui sorveterias e restaurantes”.
O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, salientou que o evento é esperado por todo o mundo e será um momento simbólico para a agenda de combate às mudanças do clima. Correia pontuou que os investimentos ficarão como legado para o Pará e toda a Amazônia.
“São mais de 30 obras estruturantes que estão acontecendo em Belém, realizadas pelo governo federal, junto com a prefeitura e o governo do estado do Pará. Esses investimentos têm um motivo e um significado. Estamos dotando de infraestrutura uma cidade maravilhosa que vai ter um grande legado”, explicou Valter Correia.