Quem tem medo da livre organização da sociedade civil? Com certeza não é a população brasileira. Uma pesquisa de opinião encomendada pelo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) indica que a maioria dos brasileiros (56%) confia no trabalho das ONGs e justifica este apoio por conhecer pessoalmente o trabalho de organizações deste tipo (21%), por saber de pessoas apoiadas por essas instituições (19%) ou por acreditar na integridade de seus membros (16%).
O termo Organização Não Governamental (ONG) é o mais familiar entre os entrevistados: 65% o conhecem.
Terminologias como “Organizações da Sociedade Civil” – a denominação oficial para o setor -, Institutos, Fundações ou Instituições Filantrópicas, são bem menos conhecidas, assim como as especificidades de cada uma delas.
“Os resultados sinalizam o reconhecimento da prática do terceiro setor, mas também fica evidente que é necessário aperfeiçoar a forma como esse setor se comunica com a população”, disse à Folha Cássio França, secretário-geral do GIFE.
A pesquisa traz alguns alertas para o terceiro setor, como a falta de clareza da população sobre formas de atuação e foco de atividades, fontes de recursos e a relação das organizações da sociedade civil com o Estado. Segundo a interpretação dos dados da pesquisa, esse desconhecimento limita o potencial de participação e o engajamento social.
“O interesse pela temática é mais alto entre pessoas mais escolarizadas, com mais idade e maior nível de renda, como também entre residentes das regiões Sudeste e Sul”, disse a pesquisadora responsável pela análise dos dados, Ana Lúcia Lima, ao Observatório do Terceiro Setor.
Segundo ela, há um desconhecimento maior sobre o assunto entre jovens e mulheres de baixa escolaridade e renda, apesar de estes serem os públicos mais atendidos pelas organizações da sociedade civil. A Revista Fórum e o site Envolverde também deram destaque ao levantamento.