O Dia do Agricultor é celebrado nesta quinta-feira, 28/07, no Brasil inteiro. No Pará, essa atividade é praticada há pelo menos 11 mil anos, desde a presença dos primeiros povos que habitaram a Amazônia. A história oficial da pesquisa agropecuária, porém, representa pouco mais de seis décadas, uma fração de tempo, pouco mais de 0,5% desse longo período.
Contudo, nesse curto espaço de tempo, ampliamos bastante os nossos conhecimentos sobre solos, vegetação, clima, ecologia, domesticação de dezenas de plantas nativas (seringueira, cacau, guaraná, cupuaçu, açaí, pupunha, pimenta-longa, jambu, etc.), técnicas de cultivo (juta, malva, pimenta-do-reino, dendê, etc.), técnicas de criação (pastagens, bovinos, bubalinos, peixes), várzeas, culturas alimentares, manejo florestal, entre outros.
A agricultora e o agricultor brasileiros são o símbolo da força e amor ao campo nessa longa história, embora os números mostrem que tem havido um deslocamento dessa força de trabalho da roça para as cidades. Segundo dados do governo federal, em 2017, havia 15,1 milhões de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Isso representou uma queda de 1,5 milhão de pessoas em relação ao Censo Agro anterior, realizado em 2006.
Mas essa diminuição não altera a grandiosidade do espaço que o agricultor consolidou no Brasil. Cerca de 77% dos estabelecimentos naquele 2017 foram classificados pelo IBGE como de Agricultura Familiar e foram responsáveis por 23% do valor da produção, ocupando 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários. Trabalhavam na Agricultura Familiar cerca de 10,1 milhões de pessoas, ou 67% da mão de obra dos estabelecimentos agropecuários.
Ou seja, o agricultor familiar é quem leva a comida à nossa mesa. Por isso, o Pará Terra Boa rende hoje todas as homenagens a esse trabalhador de sol a sol, que enfrenta as dificuldades de cada época. Todos tinham e têm um sonho e o perseguiram bravamente – muitos o fizeram com o sacrifício de suas próprias vidas – deixando a sua contribuição para outros avançarem no futuro. Aos pioneiros do passado, cujas facilidades cotidianas de hoje, como aviões, internet, celulares, satélites, etc., eram totalmente imaginárias, cabem uma grande parcela dessa conquista e a nossa homenagem.
Fonte: IBGE e “História da agricultura na Amazônia: da era pré-colombiana ao terceiro milênio”, de HOMMA, A. K. O.