Se tem arraiá, tem tacacá! Muito além das bandeirinhas e quadrilhas, as festas juninas paraenses preservam suas raízes na gastronomia, como é o caso do tacacá, receita típica do Estado. O agito toma conta de barraquinhas das “tacacazeiras”, que servem a iguaria em cuias.
A maniçoba, que recentemente se tornou patrimônio cultural de natureza imaterial, também não falta nas barracas juninas. O prato de origem indígena, típico da culinária paraense, é feito da maniva, a folha da mandioca moída.
Agora, imagina o trabalho que dá! As folhas da mandioca são moídas e cozidas por aproximadamente uma semana. Depois, levam carnes de porco e bovina, e outros ingredientes defumados e salgados para ser servida com arroz branco, farinha de mandioca e pimenta.
Todo trabalho é impulsionado pelo amor do paraense e turistas à gastronomia da nossa terra boa, como também ocorre com o bolo de macaxeira presente nas quadrilha e forrós.
O milho é outro protagonista nas juninas paraenses e do restante do País. Dele sai o mingau de milho, que leva milho branco, leite condensado e outros ingredientes; o brigadeiro de milho e, claro, o próprio milho cozido para dar energia nos dias de festa.
Ritual além da gastronomia
Além dos pratos típicos, também é costume nesta época o banho de cheiro de são João para perfumar, abrir caminhos e restabelecer a saúde.
O banho com ervas aromáticas acompanha o povo paraense na conexão com a floresta, com busca constante também pelos turistas. O perfume da priprioca, manjericão, alfazema, arruda, pataqueira e muitas outras ervas invadem os comércios.
O ritual é praticado no dia que antecede a festa de são João, 24 de junho, mas muita gente movimenta as barracas do mercado Ver-o-Peso no próprio dia, que neste ano de 2022 cai na sexta-feira. Os banhos são vendidos em garrafadas, cada um com nome do desejo do cliente: “chora nos meus pés”, “ganha aqui, ganha acolá”, “dinheiro em penca”, “chega-te a mim” e por aí vai.
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