A série estadunidense inspirada no jogo de videogame “The Last of Us” tem feito sucesso ao mostrar a trajetória de personagens que lutam pela sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico. A história fictícia se dá em torno de um fungo chamado Cordyceps, que infecta pessoas e as transforma em zumbis, mas a inspiração para ele existe na vida real e pode ser encontrada no Amazônia.
Antes de mais nada, é preciso dizer que, ao contrário do que acontece na série, ele não infecta mamíferos e nem humanos e tem como principais hospedeiros formigas, mariposas e larvas de florestas tropicais.
“A nossa temperatura corporal é simplesmente muito alta para a maioria dos fungos, incluindo o Cordyceps. O sistema nervoso deles é mais simples do que o nosso, então é muito mais fácil sequestrar o cérebro de um inseto do que o complexo cérebro humano. Além disso, os sistemas imunológicos deles são muito diferentes dos nossos, o que também dificultaria esse “sequestro”, disse a microbióloga Charissa de Bekker à BBC.
Fungo zumbi
Ao infectar as vítimas com esporos, esses fungos mantém o hospedeiro vivo por um determinado período, tomando o controle dele. Após a infecção, ele demora cerca de duas semanas para chegar ao sistema nervoso central, fazendo com que o indivíduo aja como zumbi.
Com o tempo, os insetos perdem a mobilidade e acabam morrendo em seguida. Após dias, o fungo inicia um novo ciclo de proliferação e contágio através dos esporos soltos no ambiente.
O drama de uma formiga consumida pelo fungo zumbi. Nunca vimos tantos insetos diferentes tomados por esses fungos quanto aqui na Amazônia. Esses fungos são famosos e inspiraram até jogos, como The Last of Us. O animal infectado morre e se transforma em uma escultura viva. pic.twitter.com/8LBWN8Tpdq
— Projeto Mantis (@projetomantis) June 4, 2021
Os cordyceps na Amazônia
Segundo o Portal da Amazônia, três grupos de fungos Ophiocordyceps foram estudados na região amazônica.
Em 1980, o estudo “Epizootia natural causada por Cordyceps unilateralis na região de Manaus” realizado por Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade, relatou a ocorrência de contaminações em formigas na cidade de Manaus.
Durante as análises, foi constatado a propagação do fungo e um possível canibalismo entre as formigas infectadas, fazendo com que elas mordessem outras mesmo depois de mortas.
Fonte: Portal da Amazônia e BBC