A Sapucaí se transformou no Pará com a entrada da Unidos do Grande Rio na avenida, na noite de terça-feira, 4. Com bandeirolas do estado nas mãos, o público se empolgou com o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, uma celebração à cultura e lendas paraenses.
A escola era forte candidata ao título de campeã deste ano, segundo a imprensa nacional, mas acabou perdendo por um décimo. A agremiação de Caxias somou 269,9 pontos, enquanto a Beija-Flor contabilizou 270 pontos. “Desculpe, Caxias”, escreveu o mestre de bateria Fabrício Machado em seu perfil no X, após a Grande Rio ficar com o vice-campeonato.
A derrota para a campeã foi justamente pela bateria ter recebido duas notas 10 e duas notas 9,9 no quesito. Com o descarte de uma nota, a pontuação final foi de 29,9 contra 30 da outra escola, Mas a Grande Rio fez um desfile histórico. O samba-enredo, defendido pela bateria do mestre Fafá, contagiou a avenida.
Com garra e imponência do início ao fim, a agremiação usou alegorias enormes e animadas para contar a história de “três princesas turcas que se encantaram em alto mar, atravessaram o espelho do encante, não experienciaram a morte e se tornaram entidades mais queridas do Tambor de Mina do Pará”, nas palavras do carnavalesco Leonardo Bora.
A apresentação da Grande Rio marcou ainda a despedida da atriz Paolla Oliveira do posto de rainha de bateria, que, homenageada pelo mestre de bateria, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite.
E, como não poderia deixar de ser, o desfile contou com as presenças das paraenses Fafá de Belém, Dira Paes e Naieme na avenida. As três representaram as irmãs turcas: Fafá como Mariana, a mais velha; Dira Paes como Herondina, a irmã do meio; e Naieme como Jarina, a caçula. Outra paraense, a ex-BBB e bailarina Alane Dias, estreou na Grande Rio como musa.
O governador do Pará, Helder Barbalho, também desfilou, acompanhado da primeira-dama e de seus filhos. Ele negou que a escola de samba tenha recebido patrocínio de R$ 15 milhões do governo do estado, mas admitiu o auxílio para os incentivos de empresas.
“Não há qualquer recurso público. Houve, por parte da Grande Rio, um diálogo com empresas que atuam no Pará e no Rio, com projetos de incentivos fiscais. Para nós, assistir a uma companhia que esteja no Pará e escolha valorizar a cultura paraense é muito caro. Queremos que invistam no estado do Pará”, disse.
