O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quarta-feira, 9, do segundo e último dia da Cúpula da Amazônia, promovida pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Belém, no Pará. o evento reúne representantes de países amazônicos, além de países convidados, para discutir desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Em seu discurso de abertura, Lula disse que a ‘promoção do bioma’ amazônico é a ‘promoção do bem-estar dos seus habitante” e a Cúpula era uma oportunidade de expandir o diálogo com outros países, que têm apoiado esforços na região amazônica. Ele se referia a Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo, países que, por também possuírem florestas tropicais, foram convidados a participar do evento.
“São os produtos da sociobiodiversidade que vão gerar emprego e renda e oferecer alternativas à exploração predatória dos recursos naturais. É conjugando atividade econômica com preservação que vamos diminuir as pressões sobre a vegetação nativa. É valorizando as culturas locais que vamos promover o turismo sustentável. É resgatando os conhecimentos e os saberes tradicionais que vamos fomentar a pesquisa e a ciência de ponta. E é transformando as cidades em centros de inovação que vamos agregar valor aos produtos da floresta e alavancar o desenvolvimento tecnológico”, disse o presidente.
Lula disse que “os países detentores de florestas tropicais herdaram do passado colonial um modelo econômico predatório. Um modelo baseado na exploração irracional dos recursos naturais, na escravidão e na exclusão sistemática das populações locais”.
Ele chamou de “neocolonialismo verde” as barreiras comerciais impostas pelo mercado internacional, em clara alusão à lei antidesmatamento da União Europeia.
“Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos normativos e políticas domésticas”, disse. “O que precisamos para dar um salto de qualidade é de financiamento de longo prazo e sem condicionalidades para projetos de infraestrutura e industrialização verdes”, continuou.
Na terça-feira, 8, os presidentes dos países amazônicos divulgaram a Declaração de Belém, documento que consolida a agenda comum entre os oito países signatários do TCA para a região.