O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na manhã desta terça-feira, 8, em discurso na abertura da Cúpula da Amazônia, em Belém, que “nunca foi tão urgente retomar e ampliar” a cooperação entre os países que têm a floresta em seu território. Ele defendeu um modelo de desenvolvimento que combine proteção ambiental e geração de empregos.
“Hoje nos reunimos com três grandes propósitos. Primeiro, vamos discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia. Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social; o fomento à ciência, tecnologia e inovação; o estímulo à economia local; o combate ao crime internacional; e a valorização dos povos indígenas e comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais”, disse Lula.
A Cúpula da Amazônia, que acontece nesta terça e quarta-feira, 8 e 9, reúne países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1978 e que há 14 anos não se reunia. Estão presentes na capital paraense os chefes de Estado Gustavo Petro (Colômbia); Luis Arce (Bolívia); Dina Boluarte (Peru); e Mark Phillips (Guiana). Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Equador, Guillermo Lasso; e do Suriname, Chan Santokhi, não vieram ao encontro e mandaram representantes.
Também foram convidados para a cúpula representantes da Guiana Francesa, que detém territórios amazônicos, Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo, por terem grandes florestas tropicais.
De acordo com o presidente Lula, a OTCA é o único bloco do mundo que nasceu com uma missão socioambiental.
“Nossa visão de sustentabilidade terá vida longa e amplo alcance”, disse Lula.
Ele afirmou que o objetivo é fortalecer o “lugar dos países detentores de florestas globais, a agenda do combate a mudança do clima e a reforma dos sistemas de financiamento internacional.”
Programa
Pouco antes, Lula disse em seu programa semanal Conversa com o Presidente, lembrou que mais de 27 mil pessoas participaram das discussões prévias ao encontro, o Diálogos Amazônicos, incluindo representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos.
“A história da defesa da Amazônia e da floresta, da transição ecológica, vai ter dois momentos: antes e depois desse encontro. Porque esse encontro é a coisa mais forte já feita em defesa da questão do clima”, disse Lula. “A ideia básica é a gente sair daqui preparado para, de forma unificada, todos os países que têm floresta terem uma posição comum nos Emirados Árabes durante a COP28 e mudar a discussão”, completou.