A produção e o manejo sustentável do açaí estão sendo debatidos no evento “Açaí: força da sociobioeconomia amazônica”. Realizado em Belém, o encontro até 2 de junho, de acordo com o Diário do Pará.
O evento é realizado pela rede Diálogos Pró-Açaí e o principal objetivo é promover soluções coletivas entre diferentes cadeias, debater ações de governo e práticas produtivas, além de disseminar experiências de sucesso e informações técnicas para os desafios enfrentados pelo setor.
“Com a realização do evento temos a possibilidade de promover discussões cruciais para a cadeia do açaí e irá proporcionar um ambiente de debate qualificado na busca de soluções coletivas, envolvendo importantes atores que estão atuando nessa cadeia, trazendo subsídios para a construção de políticas públicas e para o aprimoramento de práticas de sustentabilidade do setor”, ressaltou Tarcila Portugal, coordenadora geral substituta de Acesso e Conservação dos Biomas, Sociobiodiversidade e Bens Comuns do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a produção anual de açaí no Brasil é de aproximadamente 1,7 milhão de toneladas, com um valor estimado de R$ 6 bilhões. Esse produto é exportado para diversos países e desempenha um papel importante, sendo uma fonte essencial de renda para muitas famílias na região amazônica.
Uma das instituições que estará presente no evento é a Embrapa, que apresentará uma tecnologia conhecida como “Manejo de mínimo impacto para produção de frutos em açaizais nativos”.
“Os açaizeiros precisam que outras árvores com raízes mais profundas tragam os nutrientes das camadas que estão mais abaixo no solo. Por isso manter a biodiversidade é fundamental”, explicou o engenheiro florestal José Antonio Leite, da Embrapa Amazônia Oriental.
A tecnologia proposta consiste em estabelecer uma combinação apropriada de árvores, incluindo açaizeiros e outras palmeiras, de maneira uniforme em uma determinada área. A Embrapa recomenda que cada hectare mantenha uma proporção aproximada de 400 touceiras de açaízeiros, 50 palmeiras de outras espécies e 200 árvores. De acordo com Leite, essa abordagem não apenas aumenta a produção de frutas, mas também permite a ampliação do período de colheita do açaí ao longo do ano.