A Cúpula de Líderes do G20 divulgou na noite de segunda-feira, 18, o documento final do encontro, aprovado com consenso. Considerado uma vitória do Brasil na presidência do grupo, o texto inclui, além do combate à fome e à pobreza, temas como taxação de superricos; negociações na COP29 em relação ao financiamento climático; o fortalecimento doo multilateralismo, a UNFCCC e a busca pelo limite de 1,5°C do aumento da temperatura estabelecido no Acordo de Paris.
A declaração trata em detalhes os três temas prioritários estabelecidos pela presidência brasileira do G20 – combate à fome, sustentabilidade e enfrentamento às mudanças climáticas e reforma da governança global. O texto também aborda o fim das guerras da Ucrânia e na Faixa de Gaza e levanta preocupações com a inteligência artificial.
Em relação ao financiamento climático, a declaração afirma que os países do G20 aguardam “com expectativa um resultado positivo sobre o Novo Objetivo Coletivo Quantificado de Financiamento Climático (NCQG)” em Baku, na COP29.
“Nós damos nosso apoio à Presidência da COP29 e nos comprometemos a negociações bem-sucedidas em Baku”, diz o texto. Além disso, reforçam o apoio ao Brasil na presidência da COP30, em 2025.
No que diz respeito aos combustíveis fósseis, os países do G20 reforçaram o apoio ao Global Stocktake (GST) fechado na COP28 em Dubai, que incluiu o “transitioning away” de petróleo, gás fóssil e carvão. Foi enfatizada a meta para triplicar a capacidade de energia renovável globalmente e duplicar a taxa média anual global de melhorias na eficiência energética. O texto incluiu também o compromisso com a conclusão, até o final deste ano, das negociações de um instrumento internacional que estabeleça o combate à poluição plástica.
“Estamos determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais em nossas economias nacionais e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática, em sinergia com as prioridades de desenvolvimento sustentável e os esforços para erradicar a pobreza e a fome”, diz o texto.
Quanto à agricultura, a declaração do G20 tratou do tema no capítulo em que fala de alimentação e da garantia da oferta de alimentos.
Vale destacar que a declaração, ainda que com muitas promessas e expressões não tão incisivas quanto se desejava, conseguiu o consenso de variados espectros políticos. Da extrema-direita representada por Javier Milei, da Argentina, e Giorgia Meloni, da Itália, passando pela direita de Emmanuel Macron, da França, e chegando à esquerda de Xi Jinping, da China.