O Fórum Mundial de Bioeconomia, que se encerrou nesta quarta-feira, 20/10, em Belém, chacoalhou o debate sobre economia verde em nosso Estado. Para se ter uma ideia do que as cadeias produtivas proporcionam em cifrões ao Pará, conforme temos noticiado, uma pesquisa realizada pela The Nature Conservancy (TNC) mostrou que, em 2019, o PIB estadual gerado por essas cadeias foi de R$ 5,4 bilhões.
O valor é quase três vezes maior do que o PIB registrado pelo IBGE, que revelava R$ 1,9 bilhão para o mesmo ano, considerando apenas a produção rural, primeiro elo da cadeia. Além disso, o estudo estima que essas produções tenham gerado cerca de 224 mil empregos.
A pesquisa analisou a cadeia de 30 produtos, entres os quais estão o açaí, cacau-amêndoa, castanha-do-pará, palmito, borracha, tucumã, cupuaçu-amêndoa, cumaru, murumuru e óleo de castanha-do-pará.
Quando analisados 10 produtos da cadeia produtiva, a renda total gerada por eles poderá chegar a R$ 170 bilhões em 2040. São eles: açaí, cacau, castanha, copaíba, cumaru, andiroba, mel , buriti, cupuaçu e palmito.
Esse valor, que colocou o Pará na 11ª posição entre as 27 unidades da federação e primeira na região Norte, é próximo dos R$ 161 bilhões do PIB registrado em 2018 pelo Estado, segundo dados divulgados em 2020 pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Feita em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Natura, a pesquisa é resultado do mapeamento de comunidades e cooperativas locais, por vezes isoladas, coordenado pelo professor do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA/UFPA), Francisco de Assis Costa. Diferentemente do IBGE, os pesquisadores analisaram todas as etapas da cadeia produtiva, desde sua coleta ou produção, passando por cooperativas, indústria e delas para mercados em outros Estados.
“Podemos ser protagonistas na agenda global de sustentabilidade e da economia de baixo carbono, se escolhermos modelos compatíveis com conservação e regeneração dos biomas, inovando com investimentos na sociobioeconomia de floresta em pé, apostando em ciência e tecnologia, aliando desenvolvimento humano e valorização das comunidades e do conhecimento tradicional”, diz a diretora de sustentabilidade de Natura para América Latina, Denise Hills.