Os primeiros cinco meses deste ano não foram nada bons para o bolso do paraense. A cesta básica subiu 12,88% nesse período. Custou R$ 628,58 ao paraense em maio, ou seja, mais da metade (56,07%) do atual salário mínimo de R$ 1.212. Se olharmos para os últimos 12 meses, a cesta básica comercializada em Belém apresentou reajuste acumulado de 21,86% contra uma inflação estimada em torno de 12,50% para o mesmo período.
Já o custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta de 2 adultos e 2 crianças, ficou em R$ 1.885,84, sendo necessários, portanto, aproximadamente 1,55 salário mínimo para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família, somente com alimentação. Os cálculos são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgados nesta quarta-feira, 8/06.
Para piorar, Belém está entre as 11 capitais das 17 pesquisadas pelo DIEESE que apresentaram alta no preço da cesta básica no mês passado.
Os maiores vilões em maio foram o feijão com alta de 8,72%; óleo de cozinha (soja) com alta de 7,71%; tomate com alta de 5,42%; leite com alta de 4,89%; café com alta de 4,49%; pão com alta de 3,66%; arroz com alta de 1,96%; manteiga com alta de 1,67%; carne bovina com alta de 1,19%; farinha de mandioca com alta de 0,28%; açúcar com alta de 0,17% e banana com alta de 0,13%.
Salário, ó
Levando em consideração a Constituição, que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para alimentar o trabalhador e sua família, suprindo suas necessidades com alimentação, educação, moradia, saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor do salário mínimo necessário para uma família deveria ter sido de R$ 6.535,40, 5,39 vezes maior que o atual de R$ 1.212.
O valor do salário mínimo necessário é calculado de acordo com a determinação da Lei que estabeleceu os valores da Cesta Básica Nacional (decreto-lei N° 399/38) e também com base nos preceitos constitucionais que norteiam o salário mínimo.
A cesta básica mais cara do Brasil em maio foi a de São Paulo, ao custo de R$ 777,93; seguida de Florianópolis, com o custo de R$ 772,07, e de Porto Alegre, com o custo de R$ 768,76. Na outra ponta, os menores valores médios da cesta foram observados em Aracaju, com o custo de R$ 548,38, seguida de João Pessoa, com o custo de R$ 567,67, e Salvador ,com o custo de R$ 578,88.
Ainda segundo as pesquisas do DIEESE/PA, em termos de variação, no mês passado (Maio/2022), entre as 17 capitais que apresentaram elevações de preços, a maior alta foi verificada em Belém com reajuste de 2,99%, seguida de Recife com alta de 2,26% e de Salvador com alta de 0,53%. Na outra ponta, a maior queda foi registrada em Brasilia com recuo de 6,10% seguida de Rio de Janeiro com queda de 5,84% e de Belo Horizonte com queda de 5,81%.
Fonte: DIEESE-PA