Os preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) já estão transformando a cara de Belém, que sediará o encontro em novembro de 2025. Com mais de R$ 3 bilhões em recursos captados para obras, o estado também está atraindo uma série de investimentos que beneficiam principalmente cinco setores da economia: combustíveis, turismo, distribuição, construção e mineração, como aponta reportagem do Belém Negócios.
1 – Combustíveis
Uma das apostas é que o Pará ganhe destaque no ramo de energia renovável e produção de combustíveis e gás natural. Isso porque o estado inaugurou em abril passado o seu primeiro terminal de gás natural em Barcarena, que deve incentivar a transição energética em indústrias da região, assim como deve contar com uma nova base de distribuição de combustíveis em Santarém, que atenderá todo o oeste do estado, a Amazônia Ocidental e a porção norte do Mato Grosso.
2 – Turismo
O setor turístico também está em alta aproveitando as oportunidades geradas pela COP30. Linhas de crédito, cursos profissionalizantes e a chegada de novas redes de hospedagem são algumas novidades que aqueceram os negócios da área.
A expectativa é que Belém atraia mais visitantes não só interessados na discussão da agenda ambiental, mas também pelos novos atrativos que estão sendo criados como os Parques Lineares da Doca e Tamandaré, a revitalização da Praça Batista Campos, a criação do Porto Futuro II, a readequação do Mercado de São Brás, a revitalização do Ver-o-Peso e da Feira do Açaí, entre outros. O ecoturismo também é um segmento que pode ser alavancado devido às experiências que o estado proporciona de contato com a natureza.
“O Turismo é um dos setores mais impactados positivamente com a realização da COP-30 em Belém. O governo do estado está com uma série de ações e projetos em andamento que vão elevar a qualificação da rede hoteleira, da mão de obra do setor e também dos serviços de atendimento ao turista, como motoristas de táxi e aplicativo, por exemplo. Além disso, as obras previstas para a COP vão colocar Belém na rota dos cruzeiros internacionais”, afirma a vice-governadora e presidente da Comissão Estadual da COP-30, Hana Ghassan.
3 – Distribuição
O campo da logística de distribuição também vem despontando no Pará. Os investimentos do Novo PAC direcionados aos projetos de novas estradas e implantação de ferrovias criam condições favoráveis para o desenvolvimento do chamado Arco Norte, por exemplo, facilitando o escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste pelos terminais do estado.
Atualmente, há 45 projetos de transporte previstos para o Pará, sendo que 22 são de portos e hidrovias. Além disso, é esperada a dragagem do Porto de Belém até novembro de 2025 para que o local possa receber navios de grande porte durante a Conferência.
4 – Construção
A construção civil é um dos setores mais beneficiados nesse momento pela COP30. São cerca de 500 obras em andamento no Pará, que movimentam investimentos de mais de R$ 4,6 bilhões e empregam mais de 60 mil pessoas, segundo a Secretaria de Obras Públicas (SEOP). No primeiro trimestre de 2024, a área foi também uma das que mais contribuiu com o saldo positivo de empregos do estado.
De acordo com o Belém Negócios, essa movimentação é responsável pela atração de novas empresas de construção modular que chegaram recentemente ao estado. Além disso, o crescimento do ramo deve ser puxado projetos de readequação e de construção de hotéis operados por redes estrangeiras que também desembarcaram no Pará apostando em empreendimentos de alto padrão.
5 – Mineração
A mineração é um dos pilares da economia paraense e contribui diretamente para o PIB brasileiro. Somente no primeiro trimestre de 2024, o setor teve alta de 25% no faturamento e 18,3% nas exportações, com destaque para a participação do Pará que cresceu 34% nas exportações e faturou R$ 25,1 bilhões.
As projeções apontam que o setor continuará em trajetória ascendente e pode ganhar um perfil mais sustentável com a adoção de práticas mais adequadas à agenda climática, incorporando mais inovação e tecnologia, evitando impactos socioambientais e comprometidos com a perspectiva de ESG (Governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês) em seus negócios.