Um relatório da Polícia Civil do Pará informa que um vereador e vários ex-vereadores, um procurador municipal, um assessor de deputado federal e inúmeros empresários organizaram e financiaram protestos no Pará contestando a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
O pacote de bondade ao grupo a favor de intervenção militar, intervenção federal e que alega fraudes nas eleições incluía carros do tipo de transporte de passageiros, veículos estilo caminhonete que levavam os participantes na parte traseira, água, camisetas, bandeiras, alimentos diversos, tendas, barracas e banheiros.
Revelado pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, 11/11, o relatório da PC foi enviado ao Supremo Tribunal Federal.
A lei do Estado democrático de Direito —sancionada em 2021 para substituir a Lei de Segurança Nacional, da ditadura militar— acrescentou que quem incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes e instituições também responde pelo crime, lembra a reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello.
Na segunda-feira, 7/11, bolsonaristas atacaram a polícia com pedras e tiros para impedir o desbloqueio do km 312 da BR-163, em Novo Progresso, sudoeste do Pará.
Quem são esses financiadores a favor da ditadura?
- Sandro Nascimento Ferreira Branco, secretário parlamentar do gabinete do deputado federal Éder Mauro (PL-PA).
- Aurélio Ramos de Oliveira Neto, vereador de Parauapebas conhecido como Aurélio Goiano.
- Jhonathan Pablo de Souza Oliveira, procurador do município de Ourilândia do Norte, que seria um dos líderes e estaria prestando assessoria jurídica ao movimento.
- Uma churrascaria e uma distribuidora de água que estavam distribuindo comida aos manifestantes.
Ao jornal, Éder Mauro respondeu: “Não orientei ou incentivei ele a participar. E não me fiz presente em nenhum momento no local onde estava ocorrendo, pois entendo que o movimento é orgânico, do povo que não aceita o resultado da última eleição presidencial, e que, portanto, a participação de um parlamentar não seria bem-vinda no local.”
Segundo relatório da polícia paraense, durante tentativa de desocupação da estrada pela Polícia Rodoviária Federal, “houve violento revide dos manifestantes, que chegaram a arremessar pedras e realizar disparos de arma de fogo em direção aos policiais e suas viaturas, sendo algumas danificadas”.
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