Estados Unidos e China deram as mãos nesta reta final da Conferência do Clima da ONU (COP26) por meio de uma declaração conjunta divulgada nesta quarta-feira, 10/11, na qual anunciam apoio ao movimento global pela eliminação do desmatamento ilegal, com aplicação de leis para banir importação de produtos oriundos dessas áreas desmatadas ilegalmente.
“Reconhecendo que a eliminação do desmatamento ilegal global contribuiria significativamente para o esforço de atingir as metas de Paris, os dois países acolhem com satisfação a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra. Os dois lados pretendem se engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento ilegal global por meio da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações ilegais”, diz o documento.
Na declaração, os dois países também se comprometem a controlar suas emissões de metano, gás do efeito estufa várias vezes mais potente que o dióxido de carbono. A agricultura é a fonte predominante. Os EUA, no entanto, já faziam parte dos 80 países que assinaram uma carta de intenção, elaborada por eles e pela União Europeia (UE), com a promessa de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030.
Já a China pretende desenvolver um Plano de Ação Nacional “abrangente e ambicioso sobre o metano com o objetivo de alcançar um efeito significativo no controle e redução das emissões de metano na década de 2020”.
“Os dois países pretendem cooperar para melhorar a medição das emissões de metano; trocar informações sobre suas respectivas políticas e programas para fortalecer a gestão e o controle do metano; e para fomentar a pesquisa conjunta sobre os desafios e soluções para a redução das emissões de metano”.
Os dois países pretendem convocar uma reunião no primeiro semestre de 2022 para falar dos detalhes do aprimoramento da medição e mitigação do metano. Mais assertivo que a China, os EUA estabeleceram uma meta de alcançar eletricidade 100% livre de poluição de carbono até 2035.
Também afirmam no documento que mantêm os objetivos com o Acordo de Paris, de 2015, de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C e prosseguir os esforços para limitá-lo a 1,5°C, com perspectiva de atualizar suas metas até 2030.
Com esse documento, as duas maiores economias do mundo contribuem um pouco mais para que a COP26 tenha um desfecho bem-sucedido, afinal, o mundo dos negócios já estabeleceu uma barreira, com base nos valores do mercado, contra produtos de exportação que saem de áreas desmatadas. Além do que, quem desmata, tem acesso restrito a financiamento e crédito entre instituições bancárias.