O Pará é um dos únicos Estados do Brasil onde rio, mar, floresta, Cerrado, Mata Amazônica Atlântica, serras, cachoeiras, cavernas e grutas se reúnem para o encanto do turista. Desbravar ecossistemas tão distintos é um desafio para o visitante, afinal, são 51 unidades de conservação do governo federal, 26 do governo estadual e 39 de governos municipais, ocupando cerca de 33% da área total do Pará.
Para Crisomar Raimundo da Silva Lobato, diretor de Biodiversidade do IDEFLOR-Bio, é o turismo que vai garantir a preservação ambiental de tanta riqueza natural.
“Na minha opinião, as unidades de conservação (UC) da natureza são o que vai garantir a preservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais. As UCs criam um respeito na população e geram emprego”, afirmou ao Pará Terra Boa.
Com base no plano turístico do governo, o Estado é dividido em seis polos de desenvolvimento turístico, os quais abrangem os 144 municípios paraenses: Belém, Amazônia Atlântica, Araguaia-Tocantins, Xingu, Tapajós e Marajó.
Existe, no entanto, um roteiro ecoturístico ainda pouco explorado, fora do circuito mais explorado, como Alter do Chão e Belém: o dos parques estaduais, com destaque para o Parque Estadual Monte Alegre (PEMA), no município de Monte Alegre, na porção Noroeste do Estado, na Região Administrativa Calha Norte I.
O PEMA apresenta um complexo de serras (Serra da Lua e Serra do Ererê), vales, cavernas (Gruta do Pilão e Gruta Itatupaoca), além da presença de diversos sítios arqueológicos com pinturas rupestres (no parque encontra-se o sítio arqueológico mais antigo da Amazônia Sul Americana com pinturas rupestres datadas em 11.200 anos a.p.).
A unidade possui algumas particularidades: uma estrutura geomorfológica (Domo de Monte Alegre-caracterizado por um conjunto de relevo acidentado); tem sua vegetação representada, em sua grande maioria, pela formação de Cerrado ou Savana; um solo arenoso (intimamente ligado às influencias das rochas) e uma fauna diversificada com presença de espécies endêmicas, tais como Aratinga maculata.
O melhor período para visitar o parque é nos meses de maio a dezembro, período em que as chuvas estão menos intensas.
Outra maravilha da natureza paraense é o Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas (PESAM), no município de São Geraldo do Araguaia, região sudeste do Estado do Pará. Trata-se de uma Unidade de Conservação da Natureza de Proteção Integral.
Encontra-se numa região montanhosa, zona de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, repletos de uma diversidade de ecossistemas, biodiversidade, belezas cênicas, cachoeiras, sítios arqueológicos, cavernas, grutas, registros rupestres, trilhas e mirante para contemplação de parte do parque e vista do Rio Araguaia.
Dentro do PESAM, assim como na APA Araguaia, é realizado o monitoramento do Gavião-Real (Harpia harpyja), uma das espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil e considerada entre as maiores aves de rapina da América do Sul.
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Turismo em números
De acordo com a Secretaria de Turismo do Pará, no ano de 2020, o Estado recebeu um total de 458.706 turistas, representando uma queda de 56% na comparação com 2019, quando o estado recebeu 1.043.046 de turistas. Desse total de mais de 450 mil turistas no ano passado, 434 mil eram nacionais e 24 mil de estrangeiros.
A receita gerada em 2020 com esses visitantes foi de R$ 318 milhões, o que representou queda de 55% no comparativo anual. Em 2019, mais de R$ 720 milhões foram injetados no Pará com a atividade turística.
De acordo com a Infraero, em 2020, o movimento de passageiros domésticos nos cinco aeroportos do Estado (Belém, Carajás, Altamira, Marabá e Santarém) foi de 2.241.108 passageiros (queda de 50%). Já de voos internacionais, foi de 33.782 (queda de 80%), todos no aeroporto de Belém.
As quedas e reduções dos números se explicam, obviamente, pela pandemia da covid-19.
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