O Festival Internacional do Cacau e do Chocolate (Chocolat Amazônia) atraiu cerca de 100 mil visitantes, segundo estimativa da organização do evento. Ao longo de quatro dias, o Hangar, em Belém, recebeu produtores e empreendedores de toda a cadeia produtiva do setor, além do segmento do comércio de flores regionais e tropicais. O tema do evento este ano foi “O Pará na Bioeconomia da Amazônia”.
Um dos destaques da programação foi a realização de fóruns técnicos com a participação de palestrantes brasileiros e estrangeiros. Entre as participantes estava Maria Gomes, mais conhecida como Maria do Doce, que percorreu aproximadamente 1,4 mil quilômetros desde Itaituba até a capital para se qualificar e expor os produtos com cacau da região.
“Eu confesso que fiquei surpreendida com a boa aceitação do produto. Não fugi da minha origem. O meu produto é rústico, de agricultura familiar, cacau plantado de forma orgânica, feito na panela mesmo. Despertamos muito a curiosidade do público”, relatou Maria do Doce a Agência Pará.
A agricultora conta que um dos resultados dessa experiência foi o recebimento de propostas de comercialização para o Japão e a Espanha em função das peculiaridades do seu chocolate.
“Fiz um curso para melhorar o meu trabalho, para me dar oportunidade. Agora, quero deixar um recado aos demais produtores: não fuja da sua origem; essa é a sua marca, a marca da roça”, acrescentou Maria.
Outra atração do Chocolat Amazônia foi a exposição de esculturas e outras criações feitas com o doce. A chef Tati Benazzi, por exemplo, montou um bebê indígena de 90 cm e 80 kg de chocolate denominado “Cauã”. Já o chef Léo Vilela utilizou 120 kg de chocolate para modelar uma mulher indígena chamada “Iara”.
O festival promoveu ainda a premiação das melhores amêndoas de cacau em cinco categorias. A grande vencedora com dois três prêmios foi Sarah Brogni, do Sítio Ascurra, localizado na região da Transamazônica, que é o principal polo da produção do fruto no estado. Atualmente, o Pará produz 146 mil toneladas de amêndoas secas e lidera o ranking nacional da cacauicultura.
Para ela, os prêmios representam um reconhecimento do potencial da região no mercado.
“Ele vem mostrar para gente que estamos no caminho certo e que a Transamazônica está no caminho certo. Somos pioneiros e estamos lutando por essa categoria crescer”, afirmou.
Durante o encerramento do evento no domingo (20), o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Giovanni Queiroz, comemorou o sucesso do festival que contou com a participação de 600 expositores de cacau e outros 50 de plantas. A projeção da Sedap é que 100 mil pessoas visitaram o Hangar durante o Chocolat Amazônia.
O secretário destacou também a contribuição da agricultura familiar para o fortalecimento da cadeia do cacau em todo o estado.
“A ampliação de áreas plantadas e ganho de produtividade são fundamentais na transformação da amêndoa em um delicioso chocolate”, pontuou