O manejo florestal sustentável pode ser um grande aliado do desenvolvimento econômico e da preservação da natureza. Essa é a conclusão de estudos realizados pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF). De acordo com a entidade, se o Brasil ampliar as concessões dos atuais 1,4 milhão de hectares para 20 milhões de hectares, a produção de madeira é capaz de aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em até R$ 3,3 bilhões.
Além da geração de riquezas, a avaliação estima que o impacto da atividade se estenderia para outras áreas. As projeções indicam que a arrecadação de impostos cresceria R$ 250 milhões, seriam gerados cerca de 170 mil postos de trabalho e o valor de produção alcançaria R$ 6,3 bilhões até o final desta década.
Os dados demonstram o potencial de um segmento ainda pouco explorado no País. Segundo a FNBF, o Brasil tem 450 milhões de hectares de florestas, possuindo a segunda maior extensão florestal do planeta. No entanto, é responsável por apenas 6% do suprimento industrial de madeira, que é mantido em sua maioria por florestas plantadas.
Atualmente, o Pará ocupa posição de destaque no manejo florestal sustentável, atendendo a uma demanda anual de 6 milhões de m³ madeira, que geram aproximadamente US$ 200 milhões em exportações e ajudam na manutenção de 90 mil empregos.
Apesar disso, a atividade ainda enfrenta desafios que envolvem tanto a falta de concessões quanto a carência de linhas de crédito. Esses e outros pontos devem ser tratados em um evento denominado “Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado” que ocorre no mês de março no Rio de Janeiro.
“Dentre os gargalos do setor florestal estão a falta de linha de crédito para um setor competitivo e que mantém a floresta de pé. Também existe confusão entre quem produz legalmente a madeira e os grupos criminosos que promovem o desmatamento ilegal”, afirma o presidente do FNBF, Frank Rogieri.