A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro deste ano, em Belém, dá destaque a discussões, como a redução das emissões de gases do efeito estufa, a prevenção de eventos extremos e a proteção e valorização da biodiversidade. São áreas que criam desafios para os atuais modelos econômicos, mas também podem gerar oportunidades para negócios preocupados com a geração de renda aliada à floresta em pé.
Na região do Baixo Amazonas, os empreendedores locais veem que a conferência do clima pode abrir as portas para o fortalecimento de muitas pequenas e médias. É o caso do Viveiro Florestal Ardosa, um berçário de espécies nativas e frutíferas da Amazônia, que fornece mudas para empresas e associações da agricultura familiar que desejam reflorestar ou recompor os ambientes florestais.
“Estamos confiantes em ter maior visibilidade para expandir o Viveiro. Esperamos que a Conferência nos traga recursos, conhecimento e estímulo para que a floresta seja recuperada, e o que está em pé, permaneça em pé”, disse ao Canal Rural o biólogo Sidcley Matos, que é um dos responsáveis pelo viveiro.
Além de oferecer insumos essenciais para a restauração da Amazônia, o negócio também apoia o desenvolvimento econômico e inclusão social das populações tradicionais, envolvendo cooperativas de coletores de sementes de territórios quilombolas, indígenas e comunidades ribeirinhas.
O resultado disso são mudas diversificadas e com mais qualidade. Atualmente, o viveiro produz mais de 50 mil mudas por ano de cerca de 70 espécies. Entre elas estão espécies ameaçadas de extinção, como o Acapu, a Itaúba e o Pau Amarelo.
Para auxiliar no crescimento de empresas diretamente ligadas à área ambiental e à bioeconomia, o Sebrae e organizações parceiras estão organizando visitas e capacitações para os empreendedores da região Norte. A ideia é aproveitar a COP30 para fortalecer novas vocações econômicas.
“Toda a discussão em torno de conciliar os recursos naturais com os setores da indústria, comércio, pecuária e serviços vem para efetivar o potencial de desenvolvimento da Amazônia, que ganha ainda mais força com a COP30”, ressalta Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae.