Belém recebeu no último dia 16/8 a visita do presidente do Fórum Mundial de Bioeconomia (WCBEF), Jukka Kantola. Como temos contado aqui, o evento vai ocorrer entre 18 e 20 de outubro na nossa capital. Ele veio conhecer o que todo paraense já sabe: o potencial do Estado para a criação de produtos e serviços sustentáveis com nossas riquezas naturais.
“Penso que, primeiramente, vocês devem se orgulhar da sua natureza. Eu fico muito contente de ver que vocês estão vivendo em equilíbrio com a natureza. Penso que há uma boa plataforma para construírem em cima disso, várias opções que vocês estão buscando do ponto de vista de sustentabilidade”, disse Kantola.
Quando se fala em bieconomia, o Pará tem lugar de destaque no Brasil. O histórico ciclo da borracha, do final do século 19 e início do 20, é um exemplo de como o tema é familiar ao Estado. Agora, é preciso que a riqueza gerada com a exploração da biodiversidade seja direcionada ao povo paraense.
Entre em nosso grupo do WhatsApp para receber todas as atualizações do fórum:
Podemos citar várias cadeias que podem atender ao conceito de bieconomia, como o açaí, o cacau, os óleos das várias palmeiras nativas, sementes com aplicação em artesanato, cosméticos e medicamentos, a pilocarpina, a castanha e por aí vai.
O látex, por exemplo, é empregado na indústria da moda. Fios emborrachados podem ser usados em peças que valorizam a economia da floresta, gerando renda para suas comunidades e preservando a biodiversidade. É o que faz a marca Da Tribu, criada em 2009 pelas mãos da artesã Kátia Fagundes.
“Comecei com fios de algodão e depois passei para o papel, com um trabalho de joias orgânicas. Atualmente, desenvolvemos os produtos para o mercado de varejo nacional e internacional. Além disso, também disponibilizamos nossos fios e tecidos emborrachados”, diz a artesã, também presente no encontro.
Kátia reforça a importância da bieconomia para o desenvolvimento das pessoas que vivem da floresta. “A bioeconomia na visão amazônica é diferente dessa bioeconomia mais ampla. Pensamos no desenvolvimento do território, na floresta em pé e nas pessoas que vivem nela. Então, é de suma importância, e acho que vai ser incrível esse encontro. Esse Fórum será uma oportunidade de trocas e aprendizados, de visibilidade para a Amazônia e para os pequenos negócios”, afirma ela.
LEIA TAMBÉM: Pará planeja ser o ‘maior hub’ de bioeconomia do país