O Pará encerrou o ano de 2023 como maior produtor de cacau do Brasil. No ano passado, a produção foi de 150.565 toneladas, um crescimento de 3,1% em comparação com o ano anterior quando foram colhidas 145.991. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, a área plantada com cacau também aumentou em relação a 2022, passando de 152.832 hectares para 155.889 hectares, o que representa um avanço de 2%. Outro dado positivo é que a produtividade cresceu rendendo uma média de 966 kg de cacau por hectare, enquanto que no ano anterior a média era de 955 kg.
A cacauicultura tem hoje uma contribuição para a economia paraense. Estimativas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) indicam que o setor gerou um valor bruto de produção de R$ 2,4 bilhões ao estado, sendo que cerca de R$100 milhões foram de arrecadação do ICMS.
Em razão disso, a atividade tem trazido impactos positivos para diferentes municípios, sobretudo na região da Transamazônica que responde por aproximadamente 80% da produção do estado. Em Brasil Novo, por exemplo, Verônica Preuss e José Preuss vêm se destacando nos segmentos da cacauicultura e da produção de chocolates.
No sítio do casal, são colhidas amêndoas classificadas entre as melhores do País, o que rendeu a eles um prêmio principal em um concurso realizado no estado da Bahia. O trabalho se diferencia também por apostar no benefício dos sistemas agroflorestais, com os plantios de cacau convivendo com espécies nativas.
“Essa minha preocupação com a qualidade teve que ser com mais critério, pois, a partir de então, estou fornecendo amêndoas para pessoas que fazem chocolate de qualidade. A partir dessa premiação, eu tive que zelar muito pela qualidade das minha amêndoas”, disse José Preuss em entrevista ao G1 Pará.
Além dos produtos, o casal vê oportunidades de agregação de valor, com a recente inclusão da propriedade em uma rota turística do cacau da região Transamazônica. No município de Altamira, uma estratégia semelhante foi adotada com a criação de uma rota turística que pretende atrair visitantes e dinamizar a economia dos produtos artesanais na região do Xingu.