Por Sidney Alves
Já está chegando o Domingo de Páscoa! Uma das características principais desta data é o ato de presentear com os tradicionais ovos de chocolate. Que tal realizar esta ação com produtos tipicamente paraenses? O Pará Terra Boa selecionou duas marcas que valorizam produtos e a gente da nossa terra. A De Mendes, por exemplo, de Santa Bárbara do Pará, oferece produtos com ingredientes típicos do Pará, como a nossa castanha.
De acordo com César de Mendes, fundador da marca, o resultado das vendas deste ano foi muito bom, apesar dos pesares. Segundo recente pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (DIEESE/PA), na segunda-feira, 11/04, os preços dos ovos de Páscoa subiram em torno de 12% acima da inflação nos últimos 12 meses.
“A nossa expectativa para esta Páscoa foi muito boa e já está praticamente finalizada. O mercado do chocolate não difere de outros mercados, ou seja, depende muito da economia do País. Pretendemos sempre chegar no nosso consumidor de forma impactante e positiva”, afirmou.
A justificativa do setor produtivo para a alta está relacionada com os aumentos dos preços necessários para a produção dos ovos, como o cacau, açúcar, leite, embalagens etc.
Para esta Páscoa, os destaques da De Mendes são os biscoitos de castanha-do-Pará, com puxuri e flor de sal, bem como bombons de chocolate com 60% de cacau e café apuí (o primeiro café 100% Robusta orgânico, cultivado em agrofloresta da Amazônia brasileira) e as castanhas-do-Pará cobertas com chocolate 60% cacau e flor de sal. As vendas são feitas, principalmente, pela internet.
Atualmente, as produções da De Mendes estão espalhadas para vários Estados do Brasil e exportadas para o exterior.
“A nossa venda está mesmo centrada no momento no nosso site, via online. Em Belém, nós temos alguns pontos de vendas. Hoje São Paulo também é um centro consumidor, Rio de Janeiro também, um pouco em Brasília. Mas é tudo via online, a grande maioria. Agora nós estamos fechando alguns contratos com alguns grupos de redes supermercados e mercados espalhados pelo Brasil. Também já fizemos uma pequena exportação para os Estados Unidos recentemente. Acredito que devam vir outras situações pela frente”.
Ainda de acordo com César de Mendes, é necessário saber comercializar o produto nas redes sociais para conseguir um resultado positivo nas vendas.
“Dada pela forma como as coisas acontecem por causa dos meios de comunicação, principalmente pelas redes sociais, nós temos que ser muito cautelosos porque praticamente todo mundo tem o potencial de chegar e, às vezes, as pessoas com pouco recursos chegam mais rapidamente e de maneiras mais eficientes ao consumidor, do que uma empresa bem estruturada. Então, eu acho que tem tudo a ver com esta estratégia”, disse.
Da Cruz
Outro exemplo na produção de chocolates aqui no Pará é a Da Cruz Chocolates – Chocolate escuro artesanal da Amazônia. A produção começou de maneira artesanal, em 2014, na cozinha da família da empresária Chiara da Cruz, proprietária da empresa. As barras de chocolate escuro ainda feitos de maneira artesanal com as mais variadas porcentagens de cacau, indo de 50 até 80%, são os grandes destaques da marca.
Com o passar do tempo, passaram a entender a importância de todos os processos envolvidos na fabricação do produto, ou seja, a fermentação, a torra, a moagem, a refinagem, a conchagem e a temperagem. Atualmente produzem desde a amêndoa à barra de chocolate. O cacau vem de produção própria, no município de Moju, às margens do Rio Ubá.
Segundo Chiara da Cruz, o fluxo de vendas para a Páscoa até o momento tem sido bom, com reaquecimento do mercado desde dezembro do ano passado.
“A perspectiva para a Páscoa está sendo muito boa. Mesmo com a crise e com a pandemia, os pedidos estão muito intensos, precisei contratar mais pessoas para poder da conta de todos os pedidos”, disse ela ao Pará Terra Boa.
Mesmo com perspectivas positivas, existe um grande desafio do frete a ser ultrapassado quando se fala em vendas para outros Estados.
“Os fretes ficaram extremamente altos. Eu vendia para São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. Hoje estou com a produção direcionada para Belém e Ananindeua. Nesta semana, eu reiniciei pedidos para o Rio de Janeiro e Santa Catarina, mas são para pessoas que têm lojas com produtos paraenses. Eu acabei deixando de vender para fora por causa disto”, contou ela na terça-feira, 12/04.
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