Apesar de não aparecer no ranking nacional como o maior produtor de citrus, o Pará vem se destacando no segmento, devido à inexistência das principais pragas e doenças da cultura, como Greening, a Pinta Preta e o Cancro cítrico que já foram registradas em outros estados. Segundo maior produtor nacional de limão e sétimo de laranja, o estado paraense, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), apresenta condições edafoclimáticas adequadas para a produção de citrus.
O gerente de fruticultura da Secretaria, Geraldo Tavares, informou que a cadeia de citrus tende a registrar um crescimento exponencial e assim alavancar o segmento nos próximos anos. “Por ter o seu território livre de doenças que são determinantes em outras regiões como sul e sudeste, nós não sofremos de enfermidades que atacam essa cultura. O Pará serve como uma zona de escape para que empresas de outras regiões do país, venham se alocar por aqui”, avalia o especialista.
O Pará, de acordo com as informações do especialista, tem atualmente dois polos citrícolas e áreas livres de cancro cítrico: a microrregião de Capitão Poço, englobando os municípios de Capitão Poço, Garrafão do Norte, Irituia, Nova Esperança do Piriá e Ourém; e Monte Alegre, juntando os municípios de Alenquer, Belterra, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém. “O reconhecimento oficial veio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio das resoluções de números um e seis, de março de 2017”, destacou. Ele ressaltou, ainda, que também é crescente o interesse de investidores de outros estados na procura de áreas na região nordeste paraense, visando a implantação de novos projetos.
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O município de Capitão Poço lidera com folga a produção, com cerca de 90% de toda área plantada no Pará.
Para manter esse patamar conquistado pelo segmento, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realiza um trabalho frequente com os produtores, de acompanhamento, monitoramento e combate às pragas nas plantações, conforme enumerou Tavares.
Abastecimento
Além de abastecer o Pará, explicou o gerente de fruticultura, as frutas cítricas, também atendem às indústrias de Sergipe, São Paulo, Maranhão, Piauí, Ceará, Amazonas e Amapá. A produção de laranja, limão e tangerina, segundo informou, vem apresentando grande expansão de áreas e incremento no volume – na ordem de 560 mil toneladas por ano.
O município de Capitão Poço lidera com folga a produção de citrus, pelo menos 90% de toda área plantada no Pará. Esse dado equivale a 16 mil hectares, sendo que 80% são de laranja e o restante de limão e tangerina.
“A estimativa é que existam cerca de 4 mil produtores trabalhando com a plantação de frutas cítricas em Capitão Poço e demais localidades”, analisou o engenheiro agrônomo.
Mercado
O Estado do Pará também exporta para o mercado europeu. O produto chega ao porto de Rotterdam, na Holanda, e de lá é distribuído para vários países da Europa. Nos últimos anos, segundo Tavares, os municípios de Monte Alegre e Capitão Poço vêm realizando a exportação de limão in natura para diversos países da Europa e Estados Unidos. Ele lembrou que funciona em Capitão Poço uma agroindústria para processamento de suco de laranja, com capacidade para 80 mil toneladas. “Com isso, iniciou-se uma nova fase da produção de citrus: a verticalização da cultura no Pará”, concluiu.
Fonte: SECOM e Rose Barbosa (Ascom/Sedap)