A ministra Marina Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniram-se na sexta-feira, 17, com representantes de movimentos sociais e organizações não governamentais para apresentar o Plano de Transformação Ecológica. A iniciativa transversal promoverá desenvolvimento sustentável e guiará a transição econômica do País,
Coordenado pelo Ministério da Fazenda, o plano busca aumentar o emprego e a produtividade, garantir sustentabilidade e justiça social. Haverá seis eixos: finanças sustentáveis, economia circular, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética e adaptação à mudança do clima.
A transformação da economia reduzirá as emissões de gases causadores de efeito estufa e ajudará o país a cumprir seu compromisso climático após quatro anos de retrocessos. Responsável por cerca da metade das emissões brasileiras, o desmatamento caiu 49,7% na Amazônia nos dez primeiros meses de governo na comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados do Inpe.
“Quando começou essa história de crise climática, eu pensava nos meus netos. Logo depois, comecei a pensar nos meus filhos e agora me dá medo do que pode acontecer comigo”, afirmou Haddad.
Segundo Haddad, é um erro opor economia e ecologia, pois a mudança do clima prejudicará a produção de alimentos, a disponibilidade de empregos e a inflação, por exemplo. A sociedade, completou, “não foi educada para cooperar em proveito do bem comum”:
“Vamos ter que, a um só tempo, tentar mitigar os efeitos do que já vai acontecer enquanto a gente tenta construir um mundo melhor”, disse o ministro. “A gente pensava que isso só fosse acontecer de 2050 para lá. Mas não, vai acontecer de 2050 para cá.”
A política ambiental estaria “condenada ao fracasso” se o Plano de Transformação Ecológica não fosse interministerial e setorial, discursou Marina. A ministra explicou que a agenda terá dois trilhos: um para implementar novas medidas e outro para descontinuar ações incompatíveis com a transição.
“Pela primeira vez na história do Brasil há um ministro da Fazenda que coordena o Plano de Transformação Ecológica e que, ainda por cima, é amigo e trabalha junto com a ministra do Meio Ambiente”, afirmou Marina. “O presidente Lula assumiu a questão ambiental com a mesma responsabilidade com que assumiu a questão social.”
Representantes dos movimentos sociais e ONGs expressaram suas opiniões da formulação e implementação das políticas climáticas. Participaram da organização a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas, a Coalizão Negra por Direitos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Central Única dos Trabalhadores, a Marcha Mundial das Mulheres, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o Movimento dos Atingidos por Barragens, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o Observatório do Clima e a União Nacional dos estudantes.
“É impossível cuidar das riquezas e das belezas do Brasil, sem a participação da população”, declarou Marina.