Segundo as pesquisas do DIEES/PA, no mês de julho/2022, pelo terceiro mês consecutivo, o preço do litro do açaí consumido pelos paraenses apresentou queda. Está constatação foi feita pelo DIEESE/PA que acompanha a trajetória dos preços do açaí (já preparado em litro), com pesquisas semanais envolvendo feiras livres, supermercados da capital e outros pontos de vendas espalhados pela cidade.
No entanto, o Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado do Pará (Sindfrutas) informa que a produção dos açaizais diminuiu cerca de 50% em relação à safra dos anos anteriores, que foi estimada em 1,4 milhão de toneladas pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o jornal “O Liberal”.
O DIEESE/PA desenvolve esta pesquisa de preço do litro de açaí comercializado e consumido pelos paraenses na Grande Belém desde o inicio dos anos 90. Durante este período foi possível observar que em função principalmente das sucessivas altas de preços, a outrora comida dos paraenses tem ficado proibitiva para grande parte da população, em especial a de menor renda.
Trajetória de preço
Nos últimos 12 meses, a trajetória de preços do produto não foi uniforme e teve a seguinte disposição: em Jun/2021 o açaí do tipo Médio (o mais consumido) foi comercializado em média a R$ 21,40; encerrou o ano passado (Dez/2021) sendo comercializado em média a R$ 18,65. No inicio deste ano (Jan/2022) foi comercializado em média a R$ 22,04; em Jun/2022 foi comercializado em média a R$ 22,38 e no mês passado (Jul/2022), com nova queda, foi comercializado em média a R$ 18,04.
Queda em julho
Com isso, o preço do litro de açaí do tipo médio comercializado na capital paraense, apresentou queda de 19,38% no mês de Julho/2022, em relação ao mês de Jun/2022. Já no balanço dos sete primeiros meses deste ano (Jan-Jul/2022), a queda no preço do produto foi de 3,26% e os últimos 12 meses o recuo acumulado no preço do produto alcançou quase 16%.
Tipo Grosso
O açaí do tipo Grosso também apresentou recuos, com a seguinte trajetória de preços nos últimos 12 meses na capital: no mês de Jun/2021, o litro do produto foi comercializado em média a R$ 30,65; encerrou o ano passado (Dez/2021) sendo comercializado em média a R$ 28,60. No inicio deste ano (Jan/2022) foi comercializado em média a R$ 31,29; em Jun/2022 foi comercializado em média a R$ 32,79 e no mês passado (Jul/2022), com novo recuo, foi comercializado em média a R$ 24,71.
Com isso o litro de açaí do tipo grosso comercializado na capital ficou 24,65% mais barato no mês de Jul/2022, em relação ao mês de Jun/2022.
Ainda de acordo com as analises do DIEESE/PA, nos sete primeiros meses deste ano (Jan-Jul/2022), o produto também apresentou recuo de preço, com queda de 13,62% e, nos últimos 12 meses, a queda acumulada alcançou 19,37%.
As pesquisas do DIEESE/PA mostram que na última semana do mês de Jul/2022, o preço do litro do açaí do tipo Grosso foi encontrado nas feiras livres e nos supermercados custando em torno de R$ 22.
Produção
A razão para a diminuição significativa da produção seria uma quebra de safra ocasionada por condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento das palmeiras, afirma a publicação.
“Em algumas regiões produtoras passamos 30 dias sem chuvas nas ilhas. Isso deixa o solo seco, a planta se estressa e não cacheia tanto quanto se esperava”, explica o presidente do Sindfrutas, Reinaldo Santos, ao Liberal.
“Hoje, o mercado já está sentindo muito esse aumento. Mesmo comprando de produtores e pequenas famílias ribeirinhas, cada um está produzindo com essa quebra de safra. A produção deve ser 30% menor”, diz o empresário à publicação, esclarecendo que o maior efeito é sentido pelas indústrias, mas ele não descarta que a população em geral possa ser afetada em meados de setembro. “O consumidor local absorve o açaí com um preço diferente, mas com certeza vai afetar porque a falta de fruto é para o mercado em geral”, acrescenta o jornal.
Fonte: DIEESE/PA