O professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, o economista brasileiro José Alexandre Scheinkman acredita que o Brasil precisa repensar as atividades econômicas da Amazônia, investir em pesquisa e desenvolvimento sustentável e inibir atividades de baixa produtividade e grande impacto, como a criação de gado.
Essas seriam, para ele, medidas necessárias para reverter a imagem negativa do País no exterior, depois desmonte da política ambiental dos anos Jair Bolsonaro (PL). Investir no reflorestamento de áreas desmatadas da Amazônia e conseguir que o país seja recompensado por isso será a grande oportunidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na opinião de Scheinkman.
Em entrevista a Folha, ele também diz acreditar que a meta de desmatamento ilegal zero pode ser atingida antes mesmo de 2030, caso a política ambiental seja prioridade do novo governo, conforme reafirmado por Lula desde a conferência do clima, no ano passado.
“Nos cálculos preliminares que fiz com o [professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro] Juliano Assunção e com o [Nobel de Economia, da Universidade de Chicago] Lars Hansen, é bem provável que se o Brasil fosse compensado em US$ 20 por tonelada de carbono, muito da atividade econômica da Amazônia deixaria de se pagar —seria melhor reflorestar do que mantê-las. Grande parte da terra desmatada é para criação de gado, de muito baixa produtividade e que não resolve os problemas da população local”, afima ele
Ele afirma que o papel do governo é combater o desmatamento, fazer o reflorestamento e permitir que certas atividades que não trazem danos à floresta não sejam pensadas como atividades ilegais.