A seca severa tem castigado a região oeste do Pará. Lá 33 mil pescadores de 14 municípios estão sem trabalho e os peixes morrem aos milhares. Isso porque lagos e braços de rios secaram. A tragédia foi destaque no JN de segunda-feira, 30,.
De acordo com o biólogo Frank Ribeiro, a temperatura da água pode estar contribuindo com a mortandade.
“Como o nível da água está muito baixo, causa uma mudança drástica na temperatura da água, e obviamente esses organismos não conseguem tolerar essa mudança tão rápida na temperatura da água e chegam a morte”, explica Frank Ribeiro, professor da UFOPA.
A crise hídrica levou o governo federal a decretar situação de emergência em 13 municipios paraenses.
Em Santarém, um dos muniícipios mais afetados pela estiagem, um lago onde se reproduzem centenas de espécies de peixes, mesmo em épocas de seca, se transformou num longo caminho de chão.
“O alimento está difícil, está precário, os lagos estão secando, está morrendo peixe. Aqui na nossa região, a gente nunca sofreu uma seca dessa, a gente sempre teve peixe em abundância, mas agora ficou escasso”, diz o pescador Edivaldo Rebelo.
Ajuda a comunidades
A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), realizou no último fim de semana, a entrega de motobombas, mangueiras e caixas d’água a 18 comunidades das regiões do Tapará, Aritapera e Urucurituba, afetadas pela falta d´agua em razão da firte estiagem.
Segundo a prefeitura, a medida faz parte do plano de ação emergencial do município, instituído pelo prefeito Nélio Aguiar. A seca tem sido considerada como uma das maiores dos últimos 15 anos.
Transporte de grãos
Como já noticiado pelo Pará Terra Boa, o transporte de grãos no porto de Miritituba, em Itaituba também está sendo prejudicado por causa da estiagem. A falta de chuvas na regiãos e o baixo volume no nível do Rio Tapajós ameaçam a navegabilidade com a formação de bancos de areia, obrigando as agências de operações a fazerem adaptações.
O porto é um dos principais corredores logísticos para o escoamento da safra agrícola do Mato Grosso.
De acordo com o Frotas e Cia, sem citar números, a situação pode comprometer a arrecadação de Itaituba, já que a cidade recebe por tonelada de grãos embarcados e desembarcados.