O governador Helder Barbalho fez o anúncio em vídeo postado em redes sociais. “Este projeto envolve milhões de reais em investimentos, com a companhia Vale, e principalmente com a expectativa de agora, na instalação, nós gerarmos no pico da obra, cerca de 2 mil empregos, o que vai ajudar Marabá a crescer e se desenvolver. Não apenas Marabá, mas toda a toda a região sudeste do estado”, afirmou.
O projeto tem a expectativa de gerar 15,2 milhões de reais em salários por ano, arrecadar 35 milhões de reais em imposto de renda a partir de 2040, gerar 350 milhões de reais em exportações por ano e gerar cerca de 2 mil empregos diretos e 600 indiretos em sua fase de implantação, no pico das obras civis e montagem.
“Projetos como o Tecnored pretendemos que seja exemplo de sustentabilidade”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida.
A tecnologia aplicada possibilitará produzir ferro-gusa a partir da substituição de até 100% do combustível fóssil por biomassa e, desta forma, reduzir as emissões de CO2. A partir de janeiro de 2022, a Tecnored iniciará a mobilização das equipes para a etapa de supressão vegetal e em seguida as obras civis.
“É uma nova tecnologia em que o processo será subdividido em três unidades principais: Unidade de Beneficiamento e Aglomeração responsável pela adequação das matérias-primas; Unidade de Redução e Fusão em que os briquetes produzidos serão carregados no forno Tecnored e as Unidades Auxiliares onde ocorrerá a etapa de processamento de milho a ser consumido na Planta de Gusa na etapa de aglomeração para a produção de briquetes”, afirmou Marcelo Moreno, diretor de Licenciamento Ambiental da Semas.
Biocarvão (BC) é um produto rico em carbono obtido a partir da decomposição térmica de materiais orgânicos em condições controladas de oxigênio e temperatura, denominada pirólise.
A pirólise é uma tecnologia alternativa ecologicamente correta, sendo possível reciclar materiais e reduzir os resíduos sólidos, diminuindo a contaminação associada ao descarte para o meio ambiente.
Mineração no Pará
O setor da mineração tem sido um dos principais motores de crescimento do Pará, onde se encontram as duas maiores jazidas da região: a de Oriximiná, que lavra bauxita, com maior parte da produção destinada à exportação; e a de Serra dos Carajás, que aparece como uma das maiores do planeta e produz o minério de ferro mais puro do mundo. Localizada no sudeste do Estado, Carajás concentra, ainda, uma diversidade de minerais, são eles: manganês, cobre, bauxita, ouro, níquel, estanho e outros.
Em 2020, o Estado participou com 34% das exportações minerais do país, em primeiro lugar no País.
Dos 6,7 bilhões de dólares exportados pelo Pará de janeiro a junho de 2020, a mineração representou 88,6% das exportações totais do Estado. O ferro continua sendo o principal produto exportado pela indústria de mineração paraense, representando US$ 9,196 bilhões, seguido por cobre, com US$ 2,064 bilhões, manganês, US$ 276 milhões, bauxita, níquel, caulim, ouro, silício.
Até 2024, a indústria mineral pretende investir R$ 22,013 bilhões no Pará, outros R$ 18,863 bilhões serão investidos em infraestrutura, transformação mineral e outros negócios, como a produção de biodiesel. Em números, gera 266 mil empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva local e responde por 20% do PIB paraense.
Alguns dos maiores problemas ambientais brasileiros atuais são os relacionados com os impactos da mineração. Os rompimentos das barragens de rejeitos da Vale, em Brumadinho ou em Mariana, foram as que ocuparam o noticiário pelo ineditismo e vidas humanas perdidas nos acidentes.
Em Cumaru do Norte, fauna, a flora e o modo de vida da etnia Kayapó vêm sendo prejudicados pela atividade minerária a cerca de 2 km de distância.
Apesar de a mineração apresentar grande relevância no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, a extração de minério também é responsável por perdas na biodiversidade, na fertilidade natural do solo e na interferência nos recursos hídricos. Essas perdas estão associadas as etapas de exploração mineral, abertura de cava, uso de explosivos, ruídos e vibrações, transporte e beneficiamento do minério.
Fonte: Semas, Sindicato das Indústrias Minerais do Pará e Bianca Alves Lima Ribeiro (UFRJ)
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