O ex primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, afirmou que a Amazônia pode ser um exemplo de solução climática, durante sua participação como palestrante na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que acontece em Belém até amanhã.
Para isso, de acordo com ele, “a Amazônia precisa de um plano estratégico de credibilidade, que trate do meio ambiente, da geração de emprego, dos povos originários, e disposto com credibilidade e financiado adequadamente”.
O britânico disse que esta é a sua primeira visita ao Estado e celebrou o fato da COP30 acontecer em Belém. “É um belíssimo estado, é um prazer, estar aqui. Então este [a COP30] será um evento realmente de grande vulto, o que acontecerá em 2025”.
Para o britânico, a Amazônia detém um potencial significativo para oferecer respostas diante do que ele descreve como a revolução tecnológica do século XXI, impulsionada pelo surgimento da inteligência artificial. Por isso, defendeu que a floresta se torne um centro de pesquisa em prol da saúde.
“A revolução tecnológica é o maior acontecimento atual que se desenrola no mundo, e essa mudança pode ser tão dramática quanto a revolução industrial do século XIX. Por isso, os países que não tirarem proveito dessa revolução vão ficar para trás. Além da questão ambiental e do clima, a Amazônia pode ter um papel muito importante se formos falar sobre medicamentos e tratamentos que também podem fazer uma diferença enorme para o mundo”.
Blair reforçou a responsabilidade dos países desenvolvidos nos impactos climáticos e chamou atenção para os países emergentes que estão em desenvolvimento e que, por falta de recursos financeiros, podem optar por fontes de energias não renováveis.
“Historicamente, a responsabilidade reside nas mãos dos países desenvolvidos. Dos países ricos do norte global. Contudo, o que acontece hoje em dia é que dentro desses países as emissões estão de fato caindo. Então, até 2030, quando você somar todas as emissões dos Estados Unidos, da América e da Europa, a contabilização Sera de aproximadamente 20 % das emissões globais. Agora os países em desenvolvido querem crescer”, contextualizou.
De acordo com o ex-primeiro ministro, não é possível impedir o desenvolvimento. A questão, segundo ele, é conseguir estabelecer um arcabouço em que existam os incentivos para a aceleração da adoção das tecnologias sustentáveis.
“Nós temos que continuar a possibilidade de desenvolvimento. Então toda a questão é como fazer isso sustentável. E é exatamente o equilíbrio entre sustentabilidade e desenvolvimento que serve essa questão. E é o equilíbrio entre segurança energética, e proteção do clima. E as respostas residem em soluções de financiamento e na criação de novas soluções”, salientou.