O cerco se fecha cada vez mais a produtores de alimentos em áreas desmatadas. Antes, o movimento se restringia mais à exigência do consumidor com a procedência dos produtos e, ainda, a algumas gigantes do setor de alimentação que adotaram práticas contra fornecedores suspeitos de produzir em propriedades com desmatamento.
Agora, o movimento vem de um bloco de 27 países, a União Europeia (UE), um mercado valioso para o Brasil, com o qual tenta destravar há décadas um acordo comercial, por meio do Mercosul.
A Comissão Europeia, responsável pela direção política da UE, adotou nesta quarta-feira, 17/11, novas regras para impedir o desmatamento provocado pelos países do bloco, inovar na gestão de resíduos sustentáveis e melhorar a qualidade dos solos. As medidas fazem parte da implementação do chamado “Acordo Verde Europeu”, que ainda precisa ser ratificado por todos os membros do bloco.
“As novas regras propostas garantiriam que os produtos que os cidadãos da UE compram, usam e consomem no mercado da UE não contribuem para a desflorestação e degradação florestal global”, disse o coletivo em comunicado.
Segundo o documento, o principal causador do desmatamento é a expansão agrícola ligada a produtos como soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau e café.
“O regulamento estabelece regras de devida diligência obrigatórias para as empresas que desejam colocar esses produtos no mercado da UE com o objetivo de garantir que apenas produtos livres de desmatamento e legais sejam permitidos no mercado da UE”, afirma a Comissão na nota.
“Nosso regulamento de desmatamento atende aos apelos dos cidadãos para minimizar a contribuição europeia para o desmatamento e promover o consumo sustentável”, acrescentou o vice-presidente executivo para o Green Deal Europeu, Frans Timmermans.