Por Sidney Alves
O paulistano tem se deliciado com produtos paraenses por meio de várias iniciativas empreendedoras de paraenses nos últimos anos no Estado de São Paulo. O Pará Terra Boa conversou com a empresária Marina Cabral, do Pará, para entender essa demanda. Tudo começou, segundo ela conta, pela falta que Marina sentiu de consumir seu habitual açaí sem guaraná. Colocou, assim, em prática, a ideia do projeto Combu da Amazônia.
A empresa se desenvolveu como uma distribuidora de alimentos, transformando em realidade o sonho de apresentar para o Sul e Sudeste do Brasil a gastronomia do Pará. Leia abaixo a nossa conversa:
Conte sobre o começo do Combu da Amazônia
Há 16 anos, quando me mudei para São Paulo, eu sentia falta de tomar açaí (sem guaraná) comer um bom pato no tucupi, e principalmente de comprar uma farinha de qualidade. Nas minhas andanças pelos restaurantes, sempre era abordada pelos proprietários, que me questionavam o porquê de não ter em São Paulo um fornecimento eficaz dos produtos da Amazônia. Com o tempo fui amadurecendo a ideia e ao mesmo tempo cursei Administração (sou graduada em Comunicação). Paralelamente comecei a estudar a cultura gastronômica da Amazônia, a fazer incursões pelas cidades de lá e fui conhecendo possíveis fornecedores. Depois de muito estudo e trabalho, surgiu a Combu – Produtos da Amazônia, que é uma homenagem a ilha que fica em frente a Belém, que eu visitava com o meu avô quase todos os finais de semana na minha infância e que tenho grandes recordações e carinho.
Como é a receptividade dos paulistanos em relação aos produtos amazônicos?
Melhor impossível. O paulistano é naturalmente (por conta da miscelânea cultural que é esta cidade) muito aberto as novas experiências gastronômicas. No geral, supõe-se que meu público é exclusivamente de nortistas, mas a realidade não é esta. No varejo, eu digo com tranquilidade, sem medo de errar, que mais da metade é de paulistanos curiosos e apaixonados por novas experiências.
Os paraenses que moram em São Paulo aproveitam bastante os produtos do Combu da Amazônia para matar as saudades?
Sim, com certeza. Mas não só os paraenses, como também nossos colegas do Amazonas e do Acre. Nós não trabalhamos com produtos advindos exclusivamente do Pará. Por exemplo: a farinha de mandioca mais vendida na distribuidora se chama Uarini, que é de uma cidade homônima que fica no Estado do Amazonas.
Quais são os produtos mais vendidos?
No varejo, com toda certeza é o açaí. Cerca de uma tonelada por mês. Já no atacado, sem sombra de dúvidas, o campeão de vendas é o nosso amado tucupi.
Com a pandemia houve um aumento nas vendas online?
Com toda certeza houve aumento de vendas, mas na época não tínhamos nosso e-commerce funcionando. Então o canal que mais foi utilizado foi o WhatsApp. Após a reabertura dos estabelecimentos comerciais, nós observamos que o comportamento do comércio foi alterado, sem volta, e que o cliente se habituou a comprar à distância. Então investimos em um novo site com vendas on-line e melhoramos ainda mais o atendimento no WhatsApp. E está funcionado tudo muito bem.
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