Este 9 de agosto é o Dia Internacional dos Povos Indígenas. O tema deste ano é o papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994.
São elas que transmitem as línguas e as culturas dos povos indígenas e defendem o meio ambiente e os direitos humanos.
Para a agência da ONU, é preciso criar regimes legais para garantir que as mulheres indígenas possam ser beneficiadas de seu próprio conhecimento com reconhecimento internacional, evitando o uso ilegal por terceiros.
Por isso, as mulheres indígenas têm que ser parte do processo de decisão de como sua própria herança é usada, mantida e gerenciada.
No Brasil
De acordo com dados do IBGE, o Brasil tem uma população de quase 900 mil indígenas de 305 etnias, que falam 274 línguas. As comunidades dos povos originários estão presentes nas cinco regiões do Brasil, com maior concentração de indivíduos na Região Norte, com quase 306 mil indígenas. O Estado com o maior número de indígenas é o Amazonas.
Ameaças no Pará
Aqui no Pará as Terras Indígenas são ferozmente invadidas para roubo de madeira e ouro e seus povos ameaçados e assassinados.
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou um estudo que mapeia a derrubada da floresta ao redor desses territórios com o objetivo de ajudar a evitar que eles sejam invadidos. Conforme a pesquisa, que analisa o desmatamento a até 10 km das áreas protegidas na Amazônia, a terra indígena Trincheira/Bacajá, no Pará, foi a mais ameaçada pela destruição nos últimos dois meses de 2021.
Além dela, outras sete terras indígenas que ficam em solo paraense estão entre as 10 que tiveram mais ocorrências de desmatamento ao seu redor, o que faz do Pará o estado prioritário para as ações de proteção.
TIs mais ameaçadas em novembro e dezembro de 2021
1ª – TI Trincheira/Bacajá (PA)
2ª – TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
3ª – TI Uru-Eu-Wau-Wau (RO)
4ª – TI Parakanã (PA)
5ª – TI Waimiri Atroari (AM/RR)
6ª – TI Arara (PA)
7ª – TI Alto Rio Guamá (PA)
8ª – TI Trombetas/Mapuera (AM/PA/RR)
9ª – TI Arara da Volta Grande do Xingu (PA)
10ª – TI Koatinemo (PA)
Se levarmos em conta todas as ocorrências de desmatamento no último ano, de janeiro a dezembro, a terra indígena mais cercada foi a Uru-Eu-Wau-Wau, localizada em Rondônia.
Para seguir
No TikTok, a hashtag #PovosIndigenas já conta com mais de 93 milhões de visualizações e cada dia surgem mais criadores contando sobre a rotina na aldeia, tradições, e as lutas que enfrentam.
Alguns desses perfis para acompanhar são:
daldeiaoficial: Daldeia criou intimidade com os seguidores e faz diversos vídeos sendo irônico nas respostas, também mostra a rotina da colheita de mandioca e os costumes de seu povo.
thaynaa_wapichana: Thayna mostra o dia a dia de uma indígena, compartilha em detalhes com os seguidores o Centro Makunauma, que é a área indígena em Roraima.
okaritiana: Tiago publica conteúdos sobre a cultura do seu povo, histórias de terror indígena e pinturas corporais. Além de fazer várias trends famosas do TikTok.
cristianwariu: Wari’u compartilha como é ser indígena na atualidade, traz engajamento sobre temas como o dia da sobrecarga da Terra, explicações sobre o motivo de o uso da palavra “índio” ser pejorativo e outros assuntos para as pessoas terem mais conhecimento sobre esses povos.
@_g.u.e.d.e.z: Pataxó Xohãhi tem um conteúdo variado que vai desde seguir as trends do momento no TikTok, até fazer brincadeira com o que as pessoas podem pensar de um indígena, além de mostrar algumas tradições de furar a boca e também o significado das pinturas dos Pataxós.
wyrataimiraguajajara: Wyrataimira é da terra indígena Araribóia, e mostra, por exemplo, o ritual de passagem menina-moça do povo Guajajara, ela ensinando as crianças a falarem a língua Guajajara e a preparação para o rito de passagem masculino.
romanawaiapi: Romanan tira as dúvidas dos seguidores com vídeos muitas vezes irônicos e divertidos, explicando sobre casamentos e rituais, também ensina a fazer a “tinta” de urucum e maquiagem indígena.
ozielticuna: o perfil do Oziel é focado na cultura indígena e sobre os povos indígenas Ticuna, mostrando o Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas e também as tradições do seu povo.
Fonte: Imazon, Apib e Agência Senado