Você já ouviu falar dos benefícios do biofertilizante? Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de não propagar mau cheiro e não ser poluente, sua obtenção não apresenta custo, quando comparado aos fertilizantes químicos. Prova disso é o agricultor conhecido como “Seu Zaca” de Barcarena, que ao Globo Rural contou que passou de um gasto de R$ 500 por mês com fertilizantes para quase zero depois que começou a produzir o próprio insumo em seu sítio.
“Desde que comecei a produzir o bioinsumo, além da economia, observei que a terra ficou mais adubada, acumulando mais nutrientes no solo. É fácil ver na minha horta suspensa que a terra está mais viva, com aumento de minhocas. O cacau de dois anos já está florescendo e as sementes de hortaliças germinam dois dias antes. Hoje com o dinheiro que sobra do produto químico estou montando um tanque para a criação de peixes, visando agregar uma nova renda à propriedade que já banca nossas contas e atrai até o interesse dos filhos em voltar para a atividade agrícola”, disse o produtor rural.
Instituto Peabiru
O Instituto Peabiru é o responsável por capacitar Seu Zaca e outros pequenos produtores de alimentos como jambu, cacau, açaí e cupuaçu a fabricar o próprio fertilizante e melhorar a qualidade do solo. A empresa foi contratada via edital para executar as iniciativas Ativa Barcarena e Tipitix na cidade.
A primeira foi iniciada em 2018 com o objetivo de valorizar a agricultura familiar e a produção sustentável de alimentos para fomentar o desenvolvimento de um sistema agroalimentar local. O programa oferece assistência técnica rural gratuita e capacita produtores familiares, na organização da rede de atores produtivos e na promoção de produtos com identidade local.
Já no Tipitix, lançado em março de 2021, já foram produzidos 448 quilos de produtos beneficiados a partir da mandioca. A produção engloba farinha de mandioca grossa, farinha de tapioca, farofa temperada e macaxeira a vácuo. No lançamento do segundo ciclo do projeto, em novembro de 2021, o leque de produtos foi ampliado com a inclusão de tucupi, brigadeiro e pão de queijo de macaxeira.
Ingredientes mais sustentáveis
Como publicamos aqui no Pará Terra Boa no ano passado, um estudo apoiado pela FAPESP apontou que a adoção de práticas mais sustentáveis de manejo do solo pode gerar uma economia para os agricultores brasileiros da ordem de mais de US$ 20 bilhões nas próximas décadas só com a redução do uso de fertilizantes fosfatados, Nos últimos dez anos, o consumo de fertilizantes fosfatados no Brasil aumentou 43,4% – e mais de 67% são importados de países do norte da África, principalmente do Marrocos.
Em Barcarena, os ingredientes do biofertilizante têm como base esterco de gado ou galinha, soro de leite, caldo de cana e cinzas limpas, além de outros insumos que os produtores vão sugerindo. Os ingredientes são misturados em um tambor de 200 litros e ficam em processo de fermentação por 30 a 60 dias, sendo depois dissolvidos em água.
Fonte: Globo Rural e Instituto Peabiru