O incentivo à agricultura familiar é uma das prioridades do novo governo e, logo no início do ano, o tema já esteve presente tanto no discurso do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, quanto do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
“Hoje, nós iniciamos esse desafio de erradicar a fome e dar condições mais dignas de vida ao povo que vive no campo. Nesse sentido, queremos resgatar o papel do Estado brasileiro, que através deste e de outros ministérios, deve promover o acesso à terra”, disse Teixeira.
Alckmin afirmou que o segredo para a agricultura familiar é agregar valor aos alimentos ressaltando o compromisso com os povos do campo, da floresta e das águas, com remanescentes de quilombos, povos tradicionais e ribeirinhos.
Um exemplo de gente da nossa terra que está se tornando referência na agricultura familiar é o casal Deise e Antônio Alves, da agrovila do Itaqui, que fica na na zona rural de Castanhal. Em entrevista ao O Liberal, a dupla falou sobre sua propriedade chamada de “Sabor Agrofamiliar Itaqui”, que possui 38 hectares, sendo 27 de reserva florestal e 11 apropriadas para o trabalho. No local, são plantadas diversas culturas como a do açaí chumbinho e o pai degua, laranja, banana pacoa e cupuaçu carimbó.
Como já publicamos aqui no Pará Terra Boa, plantar e cultivar árvores e produtos agrícolas em uma mesma área é um método que promove a redução de perdas de solo pelo processo de erosão, propicia a redução do assoreamento das águas; promove a redução da degradação do solo, além de ser uma alternativa viável de combate ao desmatamento.
Deise e Antônio explicaram que quando chegaram na terra, que a agricultora herdou dos pais, não tinha nada e estava improdutiva. A solução que os dois encontraram foi ir em busca de conhecimento.
“As culturas que têm hoje não são as mesmas que o meu pai cultivava lá atrás, está tudo modificado. A banana por exemplo, a prata comum não dá dinheiro porque é uma fruta pequena que não se desenvolve e não serve para o mercado. As tecnologias desenvolveram a banana pacoa, prata pacovan que já tem mercado. Então sem essas tecnologias não teria como manter o pequeno agricultor. Um outro exemplo é o cupuaçu nativo que tem pouca polpa e já o carimbo tem um quilo de polpa e quase nada de caroço”, contou ela.
E todo esforço da família transformou o local em propriedade modelo, visitada por estudantes da área, técnicos de todos os órgãos voltados para a agricultura e acompanhada pelo Sebrae.
“Todos querem ver de perto o nosso trabalho. Não é um trabalho só meu e agora é uma propriedade modelo com muitas variedades. Meu carro chefe já foi o frango, mas a agricultura familiar é auto sustentável e tem mês que entra mais renda com a produção dos produtos artesanais a assim vamos vivendo com muita felicidade”, explicou Deise.