A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deu início nesta semana a um estudo que vai avaliar se gestantes do povo indígena Munduruku estão sendo contaminadas pelo mercúrio usado no garimpo ilegal e se há consequências para os bebês. .
Este estudo visa analisar os efeitos da exposição ao mercúrio no desenvolvimento neurológico de crianças Munduruku que vivem em áreas próximas a garimpos de ouro nas regiões do Médio e Alto Tapajós, segundo o g1.
As gestantes que desejarem participar serão acompanhadas ao longo de suas gestações até o momento do parto. Após o nascimento das crianças, as mães serão convidadas a continuar participando do estudo até que seus bebês atinjam a idade de dois anos.
A estimativa é que o estudo alcance cerca de 250 gestantes e bebês.
A exploração ilegal de ouro na região é um problema persistente desde os anos 1980 e tem se agravado nos últimos anos. No final de 2022, relatos encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF) indicaram um aumento da tensão e da intimidação por parte dos garimpeiros em relação ao povo Munduruku.
O estudo é coordenado pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) Paulo Basta. A pesquisa está no âmbito do ‘Projeto Proteção de Povos Indígenas e Tradicionais do Brasil’, financiado pelo Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha por intermédio do WWF.