O Dia do Protetor da Floresta, celebrado neste 17 de julho, é uma data dedicada a homenagear o trabalho e o compromisso daqueles que dedicam suas vidas a defender os ecossistemas florestais, o desenvolvimento econômico de forma sustentável e o bem-estar das comunidades locais.
Os protetores da floresta reconhecem a importância das florestas como ecossistemas complexos que oferecem uma ampla gama de serviços ambientais essenciais. Por isso, defendem uma economia de floresta em pé porque sabem que ela é fundamental para a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento econômico baseado em boas práticas.
Neste dia, o Pará Terra Boa celebra vários dessas pessoas que atuam em nosso estado, que, por meio de atividades da bioeconomia, geram empregos e renda, promovem o crescimento econômico inclusivo e melhoram a qualidade de vida do povo da floresta.
Multiplicadores de restauração florestal
Um grupo de 34 agricultoras e agricultores familiares do Pará se formaram para serem agentes multiplicadores em restauração florestal. Moradores de assentamentos rurais do município de Ulianópolis, no Sudeste do estado, eles participaram do primeiro curso “Formar Restauração Florestal“, oferecido pelo Imazon e pelo IEB.
O objetivo da formação é fortalecer o conhecimento sobre sustentabilidade, reflorestamento e gestão produtiva para a agricultura familiar. E ela faz parte do projeto Floresta para Sempre, em que produtoras e produtores familiares se comprometeram em recuperar a floresta em uma área desmatada que soma 400 campos de futebol.
Ana Cleide Ferreira, da comunidade Planalto, é uma das formandas. Ela disse que sua comunidade é muito pobre de árvores, porque foi muito desmatada.
“Hoje, estamos começando um pequeno plantio de açaí e de cupuaçu. Eu espero que no futuro ele gere alimentos e renda para minha família e para as dos meus vizinhos”, afirma a formanda e produtora
Seu Zaca e seu biofertilizante
“Seu Zaca” e a mulher dele, dona Helena, de Barcarena, passaram de um gasto de R$ 500 por mês com fertilizantes para quase zero depois que começou a produzir o próprio insumo em seu sítio. Além disso, ele notou que a terra ficou mais adubada, acumulando mais nutrientes no solo.
Seu Zaca e outros pequenos produtores de alimentos como jambu, cacau, açaí e cupuaçu passaram a fabricar o próprio fertilizante e melhorar a qualidade do sol, graças à capacitação do Instituto Peabiru.
O objetivo é valorizar a agricultura familiar e a produção sustentável de alimentos para fomentar o desenvolvimento de um sistema agroalimentar local.
Conquistas da cooperativa
Na Resex Mapuá, são vários os protetores da floresta. Desde que a comunidade se propôs a promover o uso tradicional dos recursos naturais de forma sustentável, condizentes ao modo de vida da população tradicional local, é uma conquista atrás da outra.
A cooperativa de agroextrativistas dos rios Aramã e Mapuá (Coama) tem uma parceria com o projeto Florestas Comunitárias do Instituto Floresta Tropical (IFT). Há dois anos, eles celebraram a primeira venda de açaí certificado e a comercialização do primeiro lote de madeira legalizada da Resex Mapuá.
Aposta em açaí em terra firme
O agricultor Paulo Renê da Silva apostou no plantio de açaí em terra firme e já tem 15 mil plantas em seu lote, em Marabá, no sudeste paraense.
Um estudo pioneiro sobre o cultivo do açaizeiro em terra firme na Amazônia revelou que a presença de grandes áreas de vegetação nativa no entorno ou próximas aos plantios de açaí de terra firme pode aumentar em até quatro vezes a produtividade dessas plantações, em comparação com áreas sem floresta.
Relação que virou documentário
A relação dos moradores da Reserva Extrativista Arióca Pruanã com o manejo florestal sustentável é tão forte que gerou um documentário sobre o tema. O filme, em cinco episódios, mostra como o manejo sustentável é capaz de gerar renda ao mesmo tempo em que protege a floresta.
A iniciativa faz parte do programa Florestas Comunitárias, realizado pelo Instituto Floresta Tropical (IFT) com o apoio da empresa, na Resex, localizada no município de Oeiras do Pará.
O engenheiro Florestal e coordenador do Programa Florestas Comunitárias do IFT, Marcelo Galdino, afirma que o método é uma forma de administrar e extrair recursos florestais e, ao mesmo tempo, preservar a natureza, respeitar as comunidades e gerar renda.