O ano de 2024 foi de muitas conquistas, desafios e de novas oportunidades. À frente disso muitos paraenses se destacaram por suas iniciativas e busca de soluções para promover a sustentabilidade, fortalecer a defesa da Amazônia e valorizar a cultura local. Para celebrar e aplaudir essa Gente da Terra, selecionamos algumas histórias inspiradoras e que nos fazem sonhar com um futuro ainda melhor.
Protagonismo indígena
Castanhas, frutas típicas da Amazônia, mel, peixes e outros animais produzidos e comercializados no meio da floresta e sem nenhuma destruição. É assim que atua o projeto de empreendedorismo liderado pela cacica Katia Silene Tonkyre, da aldeia Akratikatejé, localizada na terra indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins. O trabalho, que alia a segurança alimentar e nutricional com a proteção da biodiversidade e a geração de renda para as comunidades locais, foi uma das experiências homenageadas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) por seu papel para o desenvolvimento agrário e rural.
Transformação com pecuária sustentável
As grandes áreas ocupadas por gado, sem biodiversidade e com solo degradado ficaram no passado para Osvaldo Wagner, de São Félix do Xingu. Com a assistência técnica e tecnológica adequada, o produtor rural mudou o modelo produtivo, de uma pecuária extensiva para uma perspectiva mais sustentável, com a implantação de soluções como manejo e conservação dos solos, recuperação de pastagens e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Hoje, Osvaldo vê aumentar sua produtividade com o uso dessas estratégias e se tornou uma unidade de referência para a disseminação dessas tecnologias no sudeste paraense.
Produção orgânica na Transamazônica
Maior produtor nacional de cacau, o Pará já é hoje uma referência para o mercado, mas a agricultora Jiovana Lunelli Hoss acredita que a cacauicultura pode avançar ainda mais com uma produção que respeite a natureza. Jiovana diz que sua família aprendeu a necessária harmonia com o meio ambiente, a partir do contato com as populações nativas. De acordo com ela, as experiências com sistemas agroflorestais lhe permitiram desenvolver os chocolates Cacau Xingu totalmente livres de agrotóxicos ou outras substâncias. Para ela, as agroflorestas dão respostas para as demandas por produtividade, desenvolvimento socioeconômico e fortalecimento da agricultura familiar.
Mobilização contra a seca
Em meio às crises que os eventos extremos vêm provocando, a solidariedade faz toda a diferença. Com isso em mente, o empreendedor social e coordenador do projeto Saúde & Alegria (PSA), Caetano Scannavino, esteve à frente de uma grande campanha com o objetivo de levar kits com filtro de nanotecnologia para que as comunidades ribeirinhas do oeste do Pará possam ter acesso à água potável nos períodos de seca. Com apoio de voluntários e milhares de doações anônimas, a iniciativa alcançou mais de 5 mil famílias e mostrou que todos os pequenos gestos são importantes quando se visa o bem coletivo.
Pará nas vitrines
O Pará está na moda e isso se deve muito também à criatividade de estilistas e empreendedores que souberam explorar as referências tradicionais e os símbolos da região, como é o caso da estilista marajoara Rosilda Angelim. Os grafismos das cerâmicas, por exemplo, inspiraram a criação de estampas para camisas, vestidos e até quimonos. Por trás disso tudo, está o trabalho de bordadeiras e costureiras da região que viram na moda uma forma de gerar renda e valorizar a cultura local.