Ainda falta um mês para o ano acabar, mas 2023 já é o mais quente da história da humanidade. Quem confirma é um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência climática das Nações Unidas (ONU), divulgado na quinta-feira, 30/11.
O secretário geral da ONU, Antonio Guterres, disse que “estamos vivendo o colapso climático em tempo real, e o impacto é devastador”, na abertura para a COP28, em Dubai, no mesmo dia.
“O aquecimento global recorde deveria provocar arrepios na espinha dos líderes globais. E deveria impeli-los à ação”, disse Guterres.
Segundo o relatório da OMM, a temperatura média global já está 1,4º C acima da registrada no período pré-industrial. Com este valor, 2023 superou os anos de 2016, com 1,29°C acima da média, e 2020, com 1,27°C acima da média.
Em 2022, as concentrações dos três principais gases de efeito estufa – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – atingiram níveis recordes. Em 2023, dados de locais específicos mostram que os níveis dos três gases estão em constante crescimento, tornando o cenário mais preocupante.
No Brasil, de julho a outubro, as temperaturas ficaram acima da média histórica. Estes meses foram marcados por calor extremo em grande parte do País,como o Centro Oeste, seca severa no Norte e enchentes no Sul. Isso é reflexo do aquecimento global e do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.