O produtor rural tem sofrido com as alterações no calendário de chuvas há anos. Essas mudanças são responsáveis por quebras recentes de safra causadas pela destruição da Amazônia. Para nossos irmãos que amargaram prejuízos milionários, a notícia não podia ser pior: junho foi marcado por um novo recorde de área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal, segundo dados divulgados pelo Deter, que é o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira, 8/07.
O alerta de destruição foi de 1.120 km² de floresta, a maior para o mês desde 2016. Compreende os nove Estados a Amazônia Legal, que correspondem a 59% do território brasileiro.
Os dados de alerta, como o nome indica, referem-se a alertas. A medição oficial do desmatamento é feita com dados de agosto de um ano a julho do outro por causa da época das chuvas e seca do bioma. O Deter produz sinais diários de destruição da cobertura florestal de áreas maiores que 3 hectares.
Os alertas maiores vêm, em primeiro lugar, do Estado do Amazonas (401 km²); do Pará (381 km²), em segundo; Rondônia (139 km²), em terceiro; Mato Grosso (116 km²), em quarto; Acre (70 km²), em quinto; Maranhão (10 km²), em sexto; Tocantins (2 km²), em sétimo; Roraima (1 km²), em oitavo, e o Amapá não apresentou alerta de desmatamento.
Uma preocupação é que a maior parte da destruição está em áreas públicas, onde, em tese, deveria haver maior fiscalização dos nossos governantes. O paraense que mora no sudoeste do Estado convive com essa realidade predatória que altera a produção rural do País inteiro. O que é feito em São Félix do Xingu vai repercutir lá no Paraná, em São Paulo e no Centro-Oeste, onde há os maiores produtores de grãos no País.